Pular para o conteúdo principal

Estudantes de RP criticam prova do Enade

Em conversa com alguns estudantes de Relações Públicas da UFPB que se submeteram à prova do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) 2006, no último dia 12 de novembro, percebi que quase todos saíram profundamente decepcionados.

A prova foi estruturada como se não houvesse diferenças entre as habilitações da Comunicação Social, especialmente as Relações Públicas, cujo conteúdo é um dos mais diferenciados.

Segundo a professora Virgínia Sá Barreto, do Decom-UFPB "eles parecem querer avaliar um comunicador social que especialmente conheça e saiba refletir sobre problemáticas de ordem social, política e ética e sobre comunicação midiática. A realidade de Comunicação Organizacional parece ser apontada apenas em uma questão da prova, mesmo assim em uma situação em que a instituição é a mídia".

"A realidade de RP é muito particular. Realmente ela é híbrida, fica entre Adminstração e Comunicação. Pelo visto, eles não encontraram lugar para ela na prova. Posso imaginar a surpresa do alunos de RP diante das questões", argumentou a professora.

Para André, aluno pré-concluinte de RP que se submeteu ao teste do Enade, a prova foi decepcionante. "Achei que o Enade fosse me avaliar enquanto aluno saindo da habilitação em Relações Públicas, mas o que vi foram questões especificas em Rádio e TV, alguma coisa de Jornalismo e Publicidade e Propaganda... Mas nada, nada de Comunicação Organizacional e Relações Públicas... nenhum resquício... nada mesmo. Talvez agora eu entenda a campanha 'Nota ZERO para o Enade'", disse, se referindo à campanha dos integrantes da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos) que se mobilizaram para incentivar o boicote ao Enade.

Tive a oportunidade de ver a prova e também me decepcionei com a ausência de questões específicas sobre Comunicação Organizacional e Relações Públicas. Pelo contexto das perguntas, percebe-se claramente que o egresso dos cursos de Comunicação Social no Brasil deve conheçer e refletir criticamente sobre a realidade social, políitca e econômica do país, principalmente sobre as questões midiáticas.

Fica no ar a pergunta: será que com esse perfil o egresso de RP conseguirá emprego em alguma empresa privada preocupada em gerar negócios a curto prazo? Ou nossos caros Relações Públicas estão sendo formados apenas para trabalhar em Ongs e projetos sociais?

Acessem a prova e tirem suas próprias conclusões.

Aguardo os comentários!!!

Comentários

Anônimo disse…
Fiz essa prova do Enad... Foi uma vergonha não terem colocado nada de RP. Uma decepção geral para nós estudantes dessa habilitação. Depois quando chegar o resultado dessa avaliação vão dizer que nós de RP somos os piores alunos do curso, justamente pq a prova foi sobre rádio e tv e jornalismo e não de RP. Uma vergonha...
Imagine se fosse o contrário? Botar os alunos de rádio e tv e jornalismo para falar de comunicação nas organizações?
Fiquei decepcionada! Nota zero para o Enad.
Anônimo disse…
Bem, meus comentários já foram feitos.
Acreditam que sai de la achando que por algum motivo eu tinha recebido a prova errada? Mas afo falar com outros colegas vi que não fui a única vítima.Como uma prova em nível nacional pôde errar assim? Bem... para quem não teve acesso à prova ai vai o link
http://enade2006.inep.gov.br/
Anônimo disse…
Acho q o nosso curso de RP forma agente p/ qualquer coisa, menos p/ o mercado de trabalho. Com exceção de alguns professores como Fábio, agente realmente aprende pouca coisa sobre a realidade do mercado. Aí vem essa prova do Enade querendo discutir coisa q não tem nada a ver... Alguém precisa avisar o Mec q nós queremos é trabalhar nas empresas depois que concluir o curso e não apenas virar teórico ou professor!

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç