Que a comunicação e o relacionamento com os públicos são vitais para a estratégia do negócio todos nós de Relações Públicas já sabemos, muitos de nós talvez desconheça é a verdadeira força dos sindicados e a sua poderosa capacidade de defender acirradamente seus interesses.
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) acaba de perder a briga pela siderúrgica norte-americana Wheeling-Pittsburgh, com a qual pretendia promover uma fusão de suas operações nos Estados Unidos. A empresa brasileira disputava com a concorrente Esmark, também dos EUA, o controle da Wheeling. O fator decisivo para a derrota da CSN foi a oposição do sindicato que representa os trabalhadores da empresa, os Metalúrgicos Unidos (USW, na sigla em inglês).
Os trabalhadores da Wheeling diziam preferir ver a empresa ir à falência do que entregar seu controle à empresa brasileira. Em termos financeiros e do ponto de vista do futuro da empresa, a proposta da CSN era considerada por alguns analistas melhor do que a da rival, apresentada pela distribuidora de produtos siderúrgicos Esmark. Mas a oposição do sindicato ameaçava impedir a CSN de levar seus planos para frente.
"A CSN é uma grande companhia e seus executivos são pessoas inteligentes, mas cometeram vários erros nesse processo" , disse ao jornal "Valor Econômico" o presidente da Esmark, Craig Bouchard. "O maior erro de todos foi subestimar a importância que manter boas relações com o sindicato tem para essa indústria nos EUA".
O sindicato se opôs à CSN desde que ela apresentou sua proposta de fusão porque percebeu que o plano previa redução das contribuições que a Wheeling é obrigada a fazer para um fundo que custeia as aposentadorias e o plano de saúde dos trabalhadores. A estratégia da Esmark para ganhar o apoio do sindicato foi se comprometer em aumentar o valor dessas contribuições.
O contrato coletivo que protege os interesses dos empregados da Wheeling dá ao sindicato o poder de vetar qualquer tentativa de transferência do controle da empresa. Numa carta dirigida à direção da empresa dias antes da assembléia de sexta-feira, o USW ameaçou levar a Wheeling à falência se isso fosse necessário para impedir a CSN de assumir o controle da empresa.
Os executivos da CSN tiveram muitas conversas com os dirigentes do sindicato nos últimos meses, mas nunca chegaram perto de um acordo. A empresa apostava que teria melhores condições de negociar com os trabalhadores se conquistasse antes o apoio dos investidores que têm ações da Wheeling, mas a estratégia se revelou arriscada demais quando o sindicato resolveu engrossar com a CSN.
Na véspera da assembléia, a consultoria independente Institutional Shareholder Services (ISS) publicou relatório comparando as duas propostas. Concluiu que a da CSN era melhor, mas observou que a oposição do sindicato tornava "improvável" que os planos da CSN saíssem do papel algum dia, e sugeriu aos acionistas da Wheeling que votassem a favor da Esmark.
Fonte: Jornal Valor Econômico
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) acaba de perder a briga pela siderúrgica norte-americana Wheeling-Pittsburgh, com a qual pretendia promover uma fusão de suas operações nos Estados Unidos. A empresa brasileira disputava com a concorrente Esmark, também dos EUA, o controle da Wheeling. O fator decisivo para a derrota da CSN foi a oposição do sindicato que representa os trabalhadores da empresa, os Metalúrgicos Unidos (USW, na sigla em inglês).
Os trabalhadores da Wheeling diziam preferir ver a empresa ir à falência do que entregar seu controle à empresa brasileira. Em termos financeiros e do ponto de vista do futuro da empresa, a proposta da CSN era considerada por alguns analistas melhor do que a da rival, apresentada pela distribuidora de produtos siderúrgicos Esmark. Mas a oposição do sindicato ameaçava impedir a CSN de levar seus planos para frente.
"A CSN é uma grande companhia e seus executivos são pessoas inteligentes, mas cometeram vários erros nesse processo" , disse ao jornal "Valor Econômico" o presidente da Esmark, Craig Bouchard. "O maior erro de todos foi subestimar a importância que manter boas relações com o sindicato tem para essa indústria nos EUA".
O sindicato se opôs à CSN desde que ela apresentou sua proposta de fusão porque percebeu que o plano previa redução das contribuições que a Wheeling é obrigada a fazer para um fundo que custeia as aposentadorias e o plano de saúde dos trabalhadores. A estratégia da Esmark para ganhar o apoio do sindicato foi se comprometer em aumentar o valor dessas contribuições.
O contrato coletivo que protege os interesses dos empregados da Wheeling dá ao sindicato o poder de vetar qualquer tentativa de transferência do controle da empresa. Numa carta dirigida à direção da empresa dias antes da assembléia de sexta-feira, o USW ameaçou levar a Wheeling à falência se isso fosse necessário para impedir a CSN de assumir o controle da empresa.
Os executivos da CSN tiveram muitas conversas com os dirigentes do sindicato nos últimos meses, mas nunca chegaram perto de um acordo. A empresa apostava que teria melhores condições de negociar com os trabalhadores se conquistasse antes o apoio dos investidores que têm ações da Wheeling, mas a estratégia se revelou arriscada demais quando o sindicato resolveu engrossar com a CSN.
Na véspera da assembléia, a consultoria independente Institutional Shareholder Services (ISS) publicou relatório comparando as duas propostas. Concluiu que a da CSN era melhor, mas observou que a oposição do sindicato tornava "improvável" que os planos da CSN saíssem do papel algum dia, e sugeriu aos acionistas da Wheeling que votassem a favor da Esmark.
Fonte: Jornal Valor Econômico
Comentários