Você entra em uma sala de reuniões e tem de estabelecer contato com uma pessoa que nunca viu antes, ou, se viu, foram poucas vezes. E, se é verdade que a primeira impressão é a que fica, essa é a hora de estender a mão rápida e elegantemente, cuidar para não esticar demais o braço -- e afastar o interlocutor --, coordenar o gesto com olhares (eles sempre podem dizer alguma coisa) e uma palavra de boas-vindas ou de retribuição a elas, ou ainda a lembrança de um nome ou um cargo importantes. Um bom aperto de mãos não é pouco. Tem muita importância no ambiente corporativo, uma vez que é o início de uma comunicação.
No aperto de mão, quem tem o poder não precisa se curvar. Aliás, foi justamente por isso que nasceu o estender de mãos: em uma transferência de poder. O primeiro registro desse cumprimento vem do Egito Antigo, quando a mão estendida representava o verbo "doar". Acreditava-se que os faraós ganhavam poder quando as divindades lhes estendiam as mãos. O aperto de mãos propriamente dito apareceu mais tarde, quando as pessoas passaram a dar as mãos para mostrar que não estavam armadas. Hoje, no breve espaço de um cumprimento como esse, você pode mostrar que está, sim, armado para uma negociação. Ou que está lá apenas em sinal de paz. Por isso, é importante olhar nos olhos. "Combina com o fato de estender a mão, que é sinal de confiança", diz Christian Schleicher, de 40 anos, diretor industrial da farmacêutica Schering, em São Paulo.
Durante os treinamentos comportamentais que Ilana dá em grandes empresas, é comum que -- em uma sala de 20 pessoas -- apenas cinco "acertem" no gesto de apertar as mãos. Mas será que existe certo e errado? Afinal, linguagem corporal depende da personalidade e também do momento. Se estamos falando de mostrar quem é que manda, talvez seja mesmo a hora de manter a coluna ereta. Se você precisa se aproximar e parecer mais cortês, uma pequena reverência e maior proximidade não farão mal. "Tudo depende da impressão que você quer causar", diz a consultora. De maneira geral, diz ela, não incline a cabeça, não dê tapinha nas costas e sempre olhe nos olhos. E, se alguém tiver de quebrar o protocolo com um beijinho, é sempre a "patente" mais alta, o cliente ou o anfitrião.
Uma pesquisa feita pela Universidade de South Alabama, nos Estados Unidos, confirmou que diferentes tipos de aperto geram diferentes impressões. Os entrevistadores, ao conversar com os participantes, usaram três tipos de aperto: um mais forte, um mais fraco e um médio. Entre os homens, o mediano trouxe uma melhor impressão. Para as mulheres, o aperto firme impressionou melhor, trouxe mais credibilidade.
Se o gesto é assim tão importante, a sua falta também é. " Se alguém deixa de estender a mão a você, aí sim isto é muito forte, pois ele nem é capaz de fazer este simples gesto", diz Luiz Ernesto Gemignani, presidente da Promon, empresa de engenharia de São Paulo. O que esse engenheiro valoriza mesmo é um bom abraço. "Apertar a mão pode ser protocolar, mas um abraço é uma verdadeira expressão de afeto. Eu gosto quando recebo um caloroso."
Fonte: Por Fabiana Corrêa, in http://portalexame.abril.uol.com.br
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