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O trabalhador do conhecimento

Uma das maiores transformações do mercado de trabalho , nos últimos quinze anos, foi o aparecimento do trabalhador do conhecimento. Esse conceito foi cunhado por vários autores, mas consagrado por Peter Drucker, o eterno mestre. O trabalhador do conhecimento é fruto da sociedade da informação e possui características bem diferentes do trabalhador organizacional, que surgiu nos idos de 1900 com a Revolução Industrial.

O trabalhador organizacional nasceu com uma dependência implícita das organizações, suportado por um vínculo que era de segurança em troca de sua lealdade (na verdade, obediência). Os empregos eram para toda a vida. Bastava seguir as regras e normas, obedecer aos superiores e seu emprego estaria garantido até a aposentadoria. Este trabalhador organizacional ocupava um cargo e era limitado aos seus contornos, se relacionava somente dentro da hierarquia e aprendia através de manuais ou com os mais velhos.

Tenho certeza de que você está dizendo: Mas por que os verbos estão no passado? Hoje em dia existem empresas assim!!. É a pura verdade. Porém, a partir do aparecimento da sociedade da informação, surge o trabalhador do conhecimento. Ele é independente da organização, acredita num vínculo de trocas simbólicas que é "eterno enquanto dure". Trabalha por processos, e não por funções, e veste um cargo por razões simplesmente legais.

Sua fidelidade é à cultura da organização ou à causa que a empresa defende. O trabalhador do conhecimento é atraído muito mais pelas situações inéditas do que pelas repetitivas. O conhecimento é compartilhado em redes e as relações não são restritas à hierarquia, elas são exponenciais fruto da multiplicidade dos contatos. Lendo esta descrição, se você leitor se identifica com estas características, isso pode explicar porque você não está satisfeito com sua performance profissional!

As empresas ,em geral, estão aprendendo a lidar com este novo trabalhador do conhecimento. Suas estruturas dominantes ainda são do tipo comando e controle e a rigidez da hierarquia inibe a criatividade e o desenvolvimento. Tenha paciência. É inevitável a transição, e as empresas aprenderão a atrair e manter este novo trabalhador, pois ele é definitivamente o fator de diferenciação na luta pela competitividade. Na medida em que os demais recursos estratégicos se tornam mais disponíveis, o diferencial virá cada vez mais da performance dos profissionais.

Agüente firme. A hora está chegando. Continue a aprender, continue a investir na sua rede de relações e fique atento aos desafios. Não fuja deles. É enfrentando os desafios que suas competências se desenvolvem.


Fonte: Por Luiz Carlos Cabrera, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9

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