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Fofoca é comunicação interna?

Quem nunca falou mal do próximo que atire a primeira pedra. Apesar de tantos séculos terem se passado, os boatos e fofocas continuam a fazer parte da necessidade intrínseca dos seres humanos de se comunicar e expressar suas opiniões acerca do próximo. Hoje, podemos identificar, com clareza, que a perspectiva de “não julgues para não ser julgado” não é uma prática cotidiana nas organizações.

O ambiente organizacional é um dos lugares onde a fofoca pode se torna mais destrutiva; ela constrói sua forma antes que se perceba, toma corpo na medida em que vai passando pelas mentes criativas e se espalha de forma rápida. Se não cuidada, pode criar uma devastação completa das áreas vitais da empresa e, em seguida irá desaparecer tão rapidamente quanto chegou, sem que ninguém saiba realmente qual foi o seu embrião. Nesse momento, um gestor da comunicação despreparado não saberá onde a informação foi gerada, com que velocidade ela está sendo espalhada e nem seus impactos futuros.


Afinal de contas a fofoca é uma coisa ruim?
Através de pesquisa realizada na internet sobre o assunto, ,percebi uma recorrência de outras idéias como “falha de ética”, “inutilidade” e “falta do que fazer”, ligadas essencialmente à fofoca. Mas, será mesmo que esse canal de comunicação informal é tão ruim assim? Ou seria, ele, mal aproveitado?

Hoje, pelo menos na Universidade Federal, onde tenho oportunidade de estudar, que teoricamente representa um referencial na ciência da comunicação não se ouve sequer boatos de que exista algum estudo relacionado ao direcionamento dos canais de comunicação informal dentro da empresa. Tendo isso em mente, levanto o questionamento um pouco óbvio de sua importância: empresas que transmitem suas políticas e decisões com rapidez e transparência aperfeiçoam o tempo gasto no trabalho e previnem futuros problemas internos?


Fofoca a favor da empresa
Evitar ruídos na comunicação interna pode gerar retornos em todos os setores da organização. O gestor administrativo pode transmitir suas ordens com mais eficiência e eficácia, melhorando o desempenho da organização. E, através de um bom feedback, poderá estar ciente de todos os acontecimentos importantes dentro dela. Para isso, deve-se também atentar a estratégias que possibilitem a chegada da síntese de opinião dos funcionários até o gestor, que terá de elaborar estratégias preventivas para os possíveis conflitos. Essa análise pode, não só evitar erros, como trazer sugestões de melhoria que passaram despercebidas pela cúpula administrativa.

Nenhuma organização precisa ter a santidade de Jesus para alinhar pensamentos e criar adeptos de sua visão. Apenas, como ele, os gestores devem aprender a ouvir seus discípulos, mesmo porque os empregados também são formadores de opinião dentro da empresa, e pode ser o fator chave para melhoria da imagem institucional em que estão inseridos.


Fonte: Por Malcon Golvêa, in www.ppq.com.br

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