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Afinal, a internet está mesmo morta?

A internet está morta. Com esta frase polêmica o diretor de criação da RMG Connect, agência de marketing de relacionamento com sede em Nova Iorque, Martin Macdonald, abriu o segundo dia do III Fórum de Marketing de Curitiba. Macdonald foi o primeiro palestrante de fora do País que participou do Fórum em suas três edições. Durante a apresentação ele foi mais ameno em relação à afirmação inicial, mostrando que na verdade a internet ainda está na Unidade de Terapia Intensiva, e que pode e deve ser reanimada com novas ferramentas e tecnologias. O que na verdade já estão mortos e enterrados são alguns modelos utilizados na web.

“As coisas podem não ser o que parecem ser”. Diante deste ponto de vista Macdonald citou uma conversa que teve sobre inovar ou morrer com Valter Longo, consultor de estratégia e inovação do Grupo Newcomm, que faz parte do conglomerado WPP. Para se conseguir esse ineditismo no relacionamento com o público alvo o diretor da RMG Connect fala em Conexão Customizada. “É preciso conhecer o público e saber o que ele quer ouvir”. Para ele é fundamental este entendimento para relacionar as pessoas com a mensagem a ser passada.

Polêmica ou provocação?
Falar na morte da internet pode ser um tema polêmico ou simplesmente um provocação para que quem está envolvido com a produção digital se atenha à necessidade de inovação. O próprio palestrante faz ressalvas às colocações categóricas iniciais. “Eu digo que internet está morta porque se dissesse que está viva ninguém viria me assistir. Todo mundo sabe que ela está viva”.

Porém, mesmo com conteúdo bem menos taxativo do que a proposta, a abordagem de Martin Macdonald não é visto com bons olhos em alguns segmentos. Antes de chamar o convidado, o vice-presidente de tecnologia educacional da Positivo Informática e idealizador do Fórum, André Caldeira, comentou que a participação de Macdonald como palestrante no Festival de Cannes, o principal prêmio da propaganda mundial, estava confirmada. Mas, como o assunto é espinhoso e o evento reúne criativos do mundo todo com os mais variados pontos de vista, a organização preferiu não tocar em um assunto que poderia colocaria lenha em uma fogueira que de certa forma queimaria a vaidade de muitos.

Eficiência da segmentação
Como exemplo da importância de se criar ferramentas extremamente direcionadas de comunicação, Macdonald citou um trabalho realizado para a marinha americana. Todos os anos novos fuzileiros navais precisam ser recrutados e há uma necessidade enorme de alta qualificação destes jovens candidatos, já que por ser um grupo de elite exige-se muito dos recrutas. Antes eram gastos entre US$ 80 milhões e US$ 90 milhões por ano em propagandas de televisão, que atingiam um público muito amplo e não necessariamente o alvo do material.

A RMG Connect fez uma pesquisa e identificou que o perfil do jovem que se candidataria a fuzileiro naval e ao mesmo tempo atenderia às expectativas da marinha, precisava unir criatividade e consciência. Com base nos dados descobriu-se que 20% dos jovens estariam dentro destes requisitos. A partir daí foi feita uma subdivisão de cinco grupos e foram criadas formas de comunicação com cada um deles. O resultado do trabalho, principalmente com a postagem de vídeos no site myspace foi o aumento do número de interessados com gastos muito inferiores ao que era investido anteriormente.

Conexão entre as mídias
Outro case desenvolvido pela empresa de Nova Iorque foi para o HSBC. Antes de acessar os serviços on-line do banco, o internauta abre uma tela com diferentes personagens, cada um com um perfil e um estilo de vida diferente. Ao escolher o que mais se aproxima do seu estilo, o usuário é direcionado para uma página com produtos específicos, não tendo de perder tempo visualizando ferramentas que não lhe seriam úteis. Para completar a comunicação e atingir o público, foi criado também um comercial de televisão produzido em forma de animação, tudo para passar a sensação de que as diferentes mídias são integradas e falam a mesma língua. Macdonald acredita que ainda seja preciso fazer estes links, mas que no futuro a web será desvinculada de outras mídias.

Tudo depende das escolhas
O conteúdo da palestra pode ser resumido em uma frase do convidado. “É preciso personalizar para que a internet não esteja morta”. Para o diretor da RMG Connect tudo depende das escolhas que forem feitas. O futuro da web pode ser feliz ou triste.

Já há alternativas para a Web 2.0?
A web 2.0 seria a segunda geração da internet, porém muito pouco se sabe sobre como ela seria. Macdonald disse que ela já é ultrapassada e que já se fala em web 4.0. É irônico falar sobre algo desconhecido e que já é considerado defasado antes mesmo de surgir, mas tema gira justamente em torono do “só sei que nada sei”. O palestrante contou que já perguntou sobre a web 4.0 para pessoas que ele considera brilhantes nesta área, mas que ninguém consegue fazer previsões.

Maravilhas do Second Life
Para finalizar Martin Macdonald falou sobre o Second Life, tema da palestra de abertura do primeiro dia do Fórum com o diretor de marketing do Second Life Brasil, Emiliano de Castro. Macdonald se diz maravilhado com as possibilidades do mundo virtual e que é muito otimista em relação às novas formas de comunicação. Ele citou que desde que foi apresentado ao Second Life indica aos clientes investimentos no metaverso.


Confira aqui o vídeo da palestra.


Fonte: Blog do III Fórum de Marketing de Curitiba

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