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Celular como uma das principais mídias

Três palestras complementares entre si abordaram durante o Encotnro Nacional de Anunciantes - ENA 2007 os equipamentos e processos que estão transformando o mundo da comunicação, bem como apresentaram as novas plataformas de mídia e seus novos controladores. Silvia Bassi, presidente e publisher da IDG Brasil, foi a primeira a subir ao palco para falar o que, certamente, já chegou a grande parte dos profissionais que atuam em comunicação e que ficará marcado como um dos pontos-chave desta edição do Encontro Nacional dos Anunciantes: “o consumidor tem o poder; e está conectado”.

Sob essa evidente perspectiva, Bassi proferiu sobre a era da conversação, na qual a web deixa de ser uma rede e passa a ser uma plataforma em que a habilidade de oferecer conteúdo e serviços on-line é mais importante do que o sistema propriamente dito. Além disso, segundo ela, os estados “wired” e “wireless” são obrigatórios. “Meu filho, por exemplo, que tem 14 anos, não concebe que ainda existam fios para se conectar à internet”, ressaltou.

Nesta nova era, Bassi avisa que os sites, para ter sucesso, devem se transformar em comunidades com vias de mão dupla, criando um novo modelo de negócios, a exemplo da Amazon, Yahoo e do eBay.

"It´s all about people”, sintetizou, referindo-se à possibilidade das pessoas transformarem a tecnologia em seu favor, criando outros recursos, como é o caso do Orkut, que, em sua essência, foi desenvolvido para ser um site de relacionamento apenas, mas que hoje funciona de forma semelhante ao MSN Messenger, no qual uma pessoa posta suas frases em tempo real para que a outra responda em seguida, em questões de segundos.

Dados mostrados por ela dão conta de que, atualmente, 33% da população mundial já considera a internet como seu principal meio de comunicação, enquanto 36% ainda prefere a televisão. “Cedo ou tarde, esses números deverão se equivaler”, assegurou. Bassi salientou ainda que TV e computador também andam parelhos nas vendas. “Em 2007, serão vendidos 10 milhões de computadores, contra 9,5 milhões de televisores”, prevê.

Digitalização total
João Cox, presidente da Claro, focou na questão do celular como a principal plataforma de convergência e como mídia para um futuro bem próximo. “O celular está 24 horas com o consumidor e não tem fio. É extremamente prático." Segundo ele, o cenário está delineado para a total digitalização e conexões on-line em todos os lugares.

O presidente da Claro advertiu que o Brasil já conta com 109 milhões de celulares em funcionamento, o que proporciona uma penetração domiciliar semelhante à televisão, frisando mais uma vez seu potencial como mídia e plataforma de convergência. Uma constatação que se baseia, também, nas substituições causadas pelo celular. “Jovem já nem usa mais relógio de pulso, porque tem o celular sempre com ele. Despertador é uma coisa que ficou ultrapassada, já que o celular serve também para esse propósito”, explicou, acrescentando em seguida: “Sabem qual é a maior fabricante de câmeras fotográficas do mundo? A Nokia, que faz câmeras para celular, o qual já responde por 50% das câmeras fotográficas fabricadas”.

O executivo antevê cenários como: “um cidadão chega a um shopping de classe AB e, ao entrar, recebe uma mensagem de uma promoção de determinada loja válida somente naquele dia para quem estiver lá”, ou então “o cliente, ao adquirir um ring tone, recebe uma oferta para a aquisição de ingressos para o show da banda; compra pelo celular, recebe pelo celular e vai ao show; no mês seguinte, recebe uma proposta para comprar o DVD da mesma banda".

Posições invertidas
Também convidado a discorrer sobre as novas plataformas de mídia e seus novos controladores, o diretor editorial das revistas Tela Viva e Teletime, Samuel Possebon, deu exemplos de como o desenvolvimento tecnológico, a desregulamentação e a globalização estão invertendo posições clássicas, abrindo mercados para múltiplos competidores e criando oportunidades para a criação e expansão de novas plataformas de mídia.

Possebon foi enfático ao dizer que, apesar do consumidor estar no controle dessas novas mídias, há grandes companhias por trás que estão conseguindo atingir cifras homéricas com esse fenômeno, as quais não são somente as grandes corporações de mídia, como outrora.


Fonte: Por Felipe Cirelli, in www.portaldapropaganda.com

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