Pular para o conteúdo principal

Estudo mostra potencial de população de baixa renda

Um estudo realizado pela NBS durante aproximadamente seis meses revelou informações substanciais a respeito do comportamento e da personalidade de cidadãos das classes C, D e E brasileiras. Segundo a pesquisa, a população considerada de baixa renda movimenta algo em torno de R$ 512 bilhões anualmente - cerca de 70% do consumo nacional.

Dentre os principais pontos levantados, o trabalho de imersão no universo da classe de baixa renda ? de R$ 207 a R$ 927 mensais por família - apurou consumidores exigentes, ponderados na escolha e com capacidade de serem fiéis a uma marca, desde que ela entregue atributos como qualidade, confiabilidade e identidade. O grupo é representado, segundo a pesquisa, por 32 milhões de lares, num total de 120 milhões de pessoas.

"O projeto permitiu descobrir os reais hábitos dessa população, que deixou de ser periferia, para chamar a atenção do 'centro' a partir de uma personalidade própria", comenta Gisela Toledo, diretora de planejamento da agência, lembrando que esse público passa a protagonizar cenários no mundo do entretenimento, como em seriados e filmes, e a partir de projetos culturais locais, trazidos à tona pela mídia.

Uma das descobertas mostrou que, apesar da expansão do crédito oficial no País e das facilidades de financiamento dos grandes varejistas, a chamada 'continha no mercado da esquina' continua com papel importante na vida do cidadão de baixa renda. "Ao freqüentar um hipermercado, esse indivíduo se depara com diversas frustrações, por não poder comprar tudo o que aquela loja tem a oferecer. Além disso, não pode pechinchar", argumenta a executiva. Segundo sua percepção, ao fazer compras em seu mercado de confiança, o consumidor se sente integrado a sua comunidade e confortável por saber que, ali, pode adquirir qualquer produto.

Segundo a pesquisa, o consumidor a prezar por suas marcas de preferência e ser fiel a elas. Por outro lado, detalhes como o preço, ou a indicação de usuários conhecidos, podem fazê-lo trocar, facilmente, de opção.

Efeitos práticos
Desde que iniciou o trabalho de campo, a NBS já realizou quatro campanhas para a Eskala, cliente que conquistou em fevereiro de 2007 e que motivou a pesquisa. "Utilizamos os elementos do estudo para entender realmente a mensagem e a necessidade desse público, tarefa que figurou como a grande conclusão da pesquisa: saber ouvir o cliente de baixa renda e romper antigos preconceitos, para entregar valor a ele", conta Gisela. Ela exemplifica com as peças produzidas para o dia das mães, cujo conceito era "Dia das mães, não da dona de casa", que rendeu uma elevação em torno dos 15% nas vendas da marca.

Presente há 32 anos no mercado, a Eskala, em sua primeira experiência com uma agência de publicidade, já observa evolução no negócio. "Nos últimos três meses, crescemos 30%, um desempenho muito superior ao mesmo período de 2006", avalia Wlademir Paulo Rigonatti, um dos proprietários da rede, que soma 29 lojas entre a capital e o interior paulista e Belo Horizonte (MG).


Fonte: Por Haline Mayra, in www.meioemensagem.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç