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Quanto ganha o comunicador brasileiro?

O mercado de comunicação empresarial no Brasil mudou muito nos últimos 40 anos. No mundo corporativo contemporâneo não existe decisão estratégica que não passe pelo crivo dos comunicadores. Eles deixaram de ser produtores de release e se tornaram vice - presidentes e diretores. Essa mudança de paradigma é resultado da reengenharia do capitalismo moderno, que fundiu empresas e criou companhias com dimensão e faturamento de estados, ás vezes países. O novo comunicador é quase um ministro que precisa interagir com diversos agentes simultaneamente: público externo, interno, opinião pública, poder público. Essa evolução, entretanto, ainda não foi totalmente compreendida. "Nem sempre o comunicador é remunerado e reconhecido na abrangência do seu trabalho", afirma Paulo Nassar, presidente da ABERJE (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial).

Para corrigir distorções e criar um parâmetro confiável para o mercado a entidade encomendou a mais ampla pesquisa já feita no Brasil sobre a remuneração dos comunicadores empresariais. Realizada pela DMR Consulting e DataAberje e coordenada por Carlos Alberto Ramello, a pesquisa foi dividida em seis níveis: Diretoria, Gerência, Coordenação, Analista Sênior, Analista Pleno e Analista Junior. Fizeram partem da mostra 120 empresas de grande porte. O resultado deste trabalho vai muito além dos números. Ao contrário das redações, onde prevalece a cultura do PJ (Pessoa Jurídica), nos departamentos de comunicação a ampla maioria dos empregados trabalha em regime de CLT, ou seja, com carteira assinada. Outras constatações comprovam a teoria de que as grandes empresas são generosas com seus comunicadores: 90% das empresas reembolsam, em média, 70% das despesas com idiomas, todas concedem planos diferenciados de assistência médica para diretores e gerentes, 85% oferecem planos odontológicos e 65% previdência privada. Quer mais? 90% oferecem cestas de natal, 50% brinquedos para os filhos, 75% bancam o estacionamento e em 45% das empresas ouvidas a jornada é flexível. "Hoje, a comunicação tem o mesmo status que outras áreas, como Recursos Humanos e finanças. Ainda assim, não tem o mesmo status que outras direções, como Marketing. Um diretor de mkt ganha quatro vezes mais que um diretor de comunicação", diz Paulo Nassar, da Aberje.

Headhunter
Ao esquadrinhar os salários e benefícios do mercado de comunicação a ABERJE não só joga luz sobre a atividade, como instrumentaliza os profissionais que ganham a vida caçando talentos no mundo corporativo, os headhunters. Como ganham (e mandam) cada vez mais, os novos comunicadores entraram para o seleto time dos altos executivos. Apesar desta constatação, ainda faltam referências para os caçadores de talentos. Os dirigentes de comunicação modernos tem até três formações, falam línguas e lideram grandes departamentos. "O "hunter" ainda tem a visão tradicional. Alguns procuram perfis fantásticos, mas não querem pagar por isso. Só enxergam os aspectos técnicos e não entendem a ética e a estética deste segmento", afirma Paulo Nassar. "Há muita demanda por profissionais de comunicação no mundo corporativo.. Não basta conhecer bem o português e saber redigir. A competência na comunicação moderna é outra. É necessário saber negociar, palestrar, liderar. A sucesso não está só na formação acadêmica", pontua Soraya Zogby (checar), diretora da Meritor, empresa de headhunter e recursos humanos que atua há 10 anos no mercado. Além de selecionar executivos, a Meritor oferece outros serviços que cada vez mais são demandados por empresas e departamentos de comunicação: avaliação 360º de competência, pesquisa de clima e diagnóstico organizacionais. "No mercado de comunicação a concorrência é intensa. Eles precisam de todas as ferramentas possíveis", finaliza. Para azeitar a relação entre hunters e comunicadores e qualificar a "dança das cadeiras", a ABERJE realiza mensalmente em sua sede, em São Paulo, encontros para troca de cartões, dicas e experiências. "Temos comitês de relacionamento que chegam a reunir até 200 pessoas em áreas como comunicação interna e sustentabilidade. Todo mês nos reunimos com hunters para trocar informações, indicações e explicar a abrangência da comunicação. São eles que fecham que esse círculo", conta Paulo Nassar. Para a ABERJE, que em 2007 completa 40 anos no mercado, isso é mais que networking, é um evangelho.

Contra - cheque:

Diretoria:
Menor salário - R$ 14.520
Média - R$ 23.635
Maior Salário - R$ 30.200

Gerência:
Menor salário - R$ 10.670
Média - R$ 15.085
Maior salário - R$ 20.610

Coordenação:
Menor salário - R$ 4.540
Média - R$ 6275
Maior salário - R$ 9065

Analista (Sênior):
Menor salário - R$ 2.415
Média - R$ 3850
Maior salário - R$ 5.590

Analista (Pleno):
Menor salário R$ 1655
Média - R$ 2.830
Maior salário - R$ 4.165

Analista Junior:
Menor salário - R$ 1250
Média - R$ 2.220
Maior - R$ 3165


Fonte: Por Pedro Venceslau com dados DMR Consulting e DataAberje, in portalimprensa.uol.com.br

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