Pular para o conteúdo principal

Mentoring: a ferramenta que deixa sucessores prontos para assumir

Na era em que o único diferencial competitivo das organizações é a inovação, a qual vem do conhecimento, e que a fonte do conhecimento são as pessoas, chegou a hora de todos os profissionais, principalmente os que ocupam cargos estratégicos, se anteciparem e formarem seus substitutos.

Neste jogo, “todo mundo ganha”. As empresas ganham porque mantém seu curso normal de crescimento, apesar de eventualmente, abrirem-se algumas lacunas com o afastamento temporário ou definitivo de profissionais. Os profissionais ganham em desenvolvimento pessoal e profissional.

Retenção de informações foi por muitas décadas fator de acomodação e garantia de emprego, por isso, a idéia do “ser indispensável” para empresa favorecia jogos de poder do conhecimento e desfavorecia o desenvolvimento e evolução da carreira do próprio profissional.

Entretanto, o constante desenvolvimento de novas lideranças comprova as pesquisas, potencializa a retenção de talentos. No ranking dos fatores que favorecem os funcionários a permanecerem motivados nas empresas em que trabalham, estão em primeiro lugar: as perspectivas de crescimento e a evolução na carreira profissional que a empresa oferece.

O mundo corporativo poderá sofrer influências, por exemplo, de um acidente aéreo, totalmente imprevisível. Como será a reestruturação das empresas que tratam o desenvolvimento de seus substitutos como um processo natural? Como será a reorganização de empresas que preferem acreditar que isto nunca vai acontecer?

Tudo é possível num mundo de brutais transformações. Por incrível que possa parecer, ainda vale o antigo ditado “é melhor prevenir do que remediar”. É inerente ao ser humano a tendência em não querer acreditar naquilo que não saberá como resolver; por isso, nega a possibilidade de sua existência.

É importante lembrar que “profissionais que não são substituíveis, não serão ‘promovíveis’”. Por não desenvolverem equipes de alto desempenho e produtividade, com receios, como por exemplo, de se tornarem menos importantes na organização, centenas de gestores têm sido expelidos de seus cargos, pela incompetência de identificar os talentos, transmitir conhecimento, desenvolver e orientar carreiras.

Nunca se praticou tanto, em toda história das organizações, a profissionalização de processos sucessórios em todos os níveis. Muitas vezes se pensa que sucessão só ocorre somente com os presidentes ou altos executivos das organizações. Esta visão está ultrapassada. Os backups, assim chamados os profissionais prontos para assumir, devem estar aptos em todas as funções e em todos os níveis empresariais.

O profissional experiente –que se diferencia pelo conhecimento e competência em áreas específicas de atuação– se estiver disposto a orientar talentos em potencial –normalmente, profissionais com menos prática e experiência; se tiver uma visão de longo prazo no desenvolvimento de carreiras; paciência e habilidade em ser bom ouvinte; fazer perguntas abertas e dar feedback, é um mentor em potencial, multiplicador de talentos. Por isso, muito procurado pelo mercado, por ter o perfil do líder do futuro.

Características do mentor – Expressar reconhecimento, ensinar pelo exemplo e desejar desencadear mudanças significativas em outros, são características comportamentais do mentor.

É uma ferramenta que utiliza o compartilhamento de conhecimento, não apenas transferência do conhecimento. Novos funcionários têm instrução e educação, mas falta a experiência e conhecimento das melhores práticas da empresa. Este conhecimento só poderá ser transmitido através da força de trabalho atuante. Mentores compartilham experiência, lições aprendidas, oferecem uma ampla perspectiva do negócio compartilhando conhecimento e sabedoria.

Preparando sucessores – Programas de mentoring são muito bem-sucedidos em empresas que não tratam as sucessões internas como tabu, nem utilizam o conhecimento para jogos de poder, mas como um processo natural de evolução. Num mundo em que as oportunidades são infinitas e que os muros estão desabando, as mais inesperadas possibilidades e novos conhecimentos surgem a cada dia e das mais surpreendentes origens, normalmente de onde você nem imagina. Aquilo que você nunca pensou que acontecesse pode estar acontecendo mais rapidamente do que você possa imaginar. Um mundo sem barreiras onde o céu é o limite.

Mentoring é uma ferramenta que previne as falhas e inseguranças dos substitutos. É inacreditável, mas a maior parte das empresas sequer se preparam para fazer as substituições em períodos de férias ou aposentadorias. Elas ainda não se deram conta de que as universidades não conseguem formar profissionais prontos, portanto é dever das empresas formá-los do modo como desejam.


Fonte: Por Simoni Missel, in Portal HSM On-line

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç