Há algumas semanas, a Aberje completou 40 anos. As companhias, tal como são entendidas modernamente, datam de pouco mais de dois séculos. Quando a Aberje surgiu, não existia aqui a profissão de comunicador. Existia, sim, o trabalho de uns poucos pioneiros que elaboravam jornais e revistas empresariais e, o que era dramático, despertavam nos jornalistas reações de ironia, desconfiança, rejeição mesmo. Fora das redações não havia salvação, salvo para aqueles que ambicionassem a vida mansa, da notícia oficial, sem risco da censura, prisão e tortura imposta pelo tacão das botas dos militares.
Será que alguém recorda ainda desses tempos? Hoje, a profissão de comunicador é respeitada, terra fértil em realizações ocupada em grande parte por jornalistas. É cadeira obrigatória nas universidades, um campo de trabalho que se expande. E os jornalistas da linha de frente da reportagem se relacionam intensa e produtivamente com os comunicadores, sejam eles jornalistas também ou não. A comunicação corporativa no País tornou-se tão indispensável ao ambiente dos negócios e à democracia como é a imprensa.
Por trás desse avanço está a Aberje. Criou uma profissão. Deu ao trabalho do comunicador o status de um paradigma estratégico - no sentido do conhecimento acumulado - na criação de valor, na institucionalização das companhias e, sobretudo, naquilo que se refere à construção de reputações. Comunicação hoje é um diferencial competitivo singular. Mas a Aberje foi mais além. Quem ouviu o discurso do presidente do seu Conselho de Administração, Rodolfo Gutilla, ficou emocionado. No teatro Tuca, ele lembrou a invasão da PUC de São Paulo pelos militares e foi cristalino no posicionamento democrático dos profissionais. Comunicação e democracia, uma mesma luz da chama. Uma interdependência plena.
Uma outra vertente da ação da Aberje é educativa. Ao longo de quatro décadas cerca de 1000 realizações, entre cursos, seminários, congressos, entre múltiplas outras iniciativas, reuniram milhares de profissionais. Há dois anos, em convênio com a Universidade de Syracuse, uma referência internacional em relações públicas, deu um salto à frente. Trouxe para o Brasil profissionais de primeira linha para transmitir suas experiências. Surpresa: os profissionais brasileiros estavam no mesmo patamar. O primeiro curso internacional, por exemplo, mais do que um curso propriamente dito foi um grande e profundo debate em torno de avanços, impasses e desafios da comunicação. Rico em cases. Rico em teorias. Rico em experiências. Ficou demonstrando que a experiência brasileira é das mais singulares.
A Aberje tem trilhado esse caminho com um objetivo cristalino: contribuir com a formação de profissionais com clara percepção de um mundo em mudanças. Nos cursos da Aberje o conhecimento dos participantes, suas opiniões, as experiências daqueles que ministram as aulas formam um todo. A qualidade da comunicação, a ética, o papel do comunicador nas empresas são pontos centrais. Arte e técnica caminham juntos. É por isso que a Aberje é ouvida. Tornou-se conhecida e respeitada no Brasil e no exterior. Abriga o saber do mercado e o saber acadêmico com a mesma desenvoltura com que acolhe a diversidade, o multiculturalismo, a democracia. Está aberta a profissionais de todos os campos. Em termos mais concretos, tem construído as bases para que a comunicação se renove, conviva com o ambiente de incerteza que é o traço dominante dos dias atuais.
No dia do 40.º aniversário, a Aberje exibiu o rosto do presente. A palavra-chave era: conquistas. Podia-se vislumbrar também o rosto do futuro? Qual será a palavra-chave daqui para frente? As companhias ingressaram no século XXI vestindo trajes modelados no decorrer dos últimos dois séculos: do estado e da Igreja, herdaram o sagrado cânone da homogeneidade do poder; das ciências, absorveram a crença nos conceitos de organização, controle e a tecnologia como suposto caminho seguro para a superação dos conflitos entre a coletividade e o indivíduo, da luta de classes; e das ciências sociais, em especial as idéias de Max Weber e Auguste Comte, imprimiram os traços firmes, também supostos, da superioridade da burocracia e do valor universal do conhecimento técnico.
No âmago das companhias, encontra-se a convicção do caráter construtivo da razão, como poder legitimador, e do significado destrutivo do caos, simbolizado pelo temor da incerteza. Esse o impasse: articular o sonho da idade do ouro da cultura moderna com o universo perigosamente instável da pós-modernidade, feito da argamassa da dúvida, do ocaso das utopias ideológicas, da aversão às verdades eternas, da ênfase do indivíduo sobre o coletivo. Esse também o desafio da Aberje daqui para frente: afirmar cada vez mais o papel do comunicador como estrategista, como educador, como aquele que servirá de ponte não apenas entre as companhias e a sociedade, mas também contribuir para que a ética e a valorização do humano deixe o barroquismo institucional dos discursos e se transforme no ouro da realidade prática.
Fonte: Por Francisco Viana, in www.aberje.com.br
Será que alguém recorda ainda desses tempos? Hoje, a profissão de comunicador é respeitada, terra fértil em realizações ocupada em grande parte por jornalistas. É cadeira obrigatória nas universidades, um campo de trabalho que se expande. E os jornalistas da linha de frente da reportagem se relacionam intensa e produtivamente com os comunicadores, sejam eles jornalistas também ou não. A comunicação corporativa no País tornou-se tão indispensável ao ambiente dos negócios e à democracia como é a imprensa.
Por trás desse avanço está a Aberje. Criou uma profissão. Deu ao trabalho do comunicador o status de um paradigma estratégico - no sentido do conhecimento acumulado - na criação de valor, na institucionalização das companhias e, sobretudo, naquilo que se refere à construção de reputações. Comunicação hoje é um diferencial competitivo singular. Mas a Aberje foi mais além. Quem ouviu o discurso do presidente do seu Conselho de Administração, Rodolfo Gutilla, ficou emocionado. No teatro Tuca, ele lembrou a invasão da PUC de São Paulo pelos militares e foi cristalino no posicionamento democrático dos profissionais. Comunicação e democracia, uma mesma luz da chama. Uma interdependência plena.
Uma outra vertente da ação da Aberje é educativa. Ao longo de quatro décadas cerca de 1000 realizações, entre cursos, seminários, congressos, entre múltiplas outras iniciativas, reuniram milhares de profissionais. Há dois anos, em convênio com a Universidade de Syracuse, uma referência internacional em relações públicas, deu um salto à frente. Trouxe para o Brasil profissionais de primeira linha para transmitir suas experiências. Surpresa: os profissionais brasileiros estavam no mesmo patamar. O primeiro curso internacional, por exemplo, mais do que um curso propriamente dito foi um grande e profundo debate em torno de avanços, impasses e desafios da comunicação. Rico em cases. Rico em teorias. Rico em experiências. Ficou demonstrando que a experiência brasileira é das mais singulares.
A Aberje tem trilhado esse caminho com um objetivo cristalino: contribuir com a formação de profissionais com clara percepção de um mundo em mudanças. Nos cursos da Aberje o conhecimento dos participantes, suas opiniões, as experiências daqueles que ministram as aulas formam um todo. A qualidade da comunicação, a ética, o papel do comunicador nas empresas são pontos centrais. Arte e técnica caminham juntos. É por isso que a Aberje é ouvida. Tornou-se conhecida e respeitada no Brasil e no exterior. Abriga o saber do mercado e o saber acadêmico com a mesma desenvoltura com que acolhe a diversidade, o multiculturalismo, a democracia. Está aberta a profissionais de todos os campos. Em termos mais concretos, tem construído as bases para que a comunicação se renove, conviva com o ambiente de incerteza que é o traço dominante dos dias atuais.
No dia do 40.º aniversário, a Aberje exibiu o rosto do presente. A palavra-chave era: conquistas. Podia-se vislumbrar também o rosto do futuro? Qual será a palavra-chave daqui para frente? As companhias ingressaram no século XXI vestindo trajes modelados no decorrer dos últimos dois séculos: do estado e da Igreja, herdaram o sagrado cânone da homogeneidade do poder; das ciências, absorveram a crença nos conceitos de organização, controle e a tecnologia como suposto caminho seguro para a superação dos conflitos entre a coletividade e o indivíduo, da luta de classes; e das ciências sociais, em especial as idéias de Max Weber e Auguste Comte, imprimiram os traços firmes, também supostos, da superioridade da burocracia e do valor universal do conhecimento técnico.
No âmago das companhias, encontra-se a convicção do caráter construtivo da razão, como poder legitimador, e do significado destrutivo do caos, simbolizado pelo temor da incerteza. Esse o impasse: articular o sonho da idade do ouro da cultura moderna com o universo perigosamente instável da pós-modernidade, feito da argamassa da dúvida, do ocaso das utopias ideológicas, da aversão às verdades eternas, da ênfase do indivíduo sobre o coletivo. Esse também o desafio da Aberje daqui para frente: afirmar cada vez mais o papel do comunicador como estrategista, como educador, como aquele que servirá de ponte não apenas entre as companhias e a sociedade, mas também contribuir para que a ética e a valorização do humano deixe o barroquismo institucional dos discursos e se transforme no ouro da realidade prática.
Fonte: Por Francisco Viana, in www.aberje.com.br
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