Pular para o conteúdo principal

Objeção a fumantes, mães e obesos cresce entre as empresas

Os primeiros anos do milênio marcam a adoção de novos valores e conceitos pelas empresas em seus processos seletivos. O grau de objeção à contratação de fumantes, obesos e mães com filhos pequenos, por exemplo, aumentou sensivelmente em 2007, na comparação com os anos anteriores. A conclusão é da pesquisa A Contratação, a Demissão e a Carreira dos Executivos Brasileiros, realizada pelo Grupo Catho.

O levantamento, feito com mais de 12 mil profissionais ligados à seleção e ao recrutamento de executivos, também concluiu que, ao contrário das categorias já mencionadas, os profissionais mais experientes estão em alta no mercado. "As empresas têm encontrado dificuldades para atender às suas demandas de crescimento e, em muitos casos, os mais experientes são importantes também para a formação dos novos profissionais", afirma o consultor Rodrigo Portela, da Case Consulting, especializada no recrutamento de executivos.

O percentual de selecionadores que têm alguma objeção (pouca ou muita) à contratação de mulheres com filhos pequenos para cargos de gerência e supervisão aumentou de 45,99% em 2005 para 48,59% em 2007. Em 2001, o índice era de 42,07%.

A obesidade e o fumo também têm sido fatores determinantes para a desclassificação de candidatos em processos seletivos. No que se refere à contratação de presidentes e diretores, o grau de rejeição aos obesos saltou de 62,4% em 2001 para 68,37% em 2007. Já em relação aos fumantes, a objeção aos candidatos a gerências e supervisões pulou de 79,79% para 81,16% no período. "Em ambos os casos, as empresas temem que, por motivos de saúde, os profissionais acabem se afastando por longos períodos do trabalho", acredita Portela.

Sem dúvida, os profissionais mais valorizados na pesquisa foram aqueles com maior experiência. Em todas as faixas etárias pesquisadas, o índice de rejeição aos executivos com mais de 45 anos registrou enormes quedas. Na faixa de 45 a 49 anos, por exemplo, a objeção caiu de 83,56% (2001) para apenas 22,64% (2007) nas seleções para cargos de presidência. No mesmo período, a rejeição aos candidatos desta faixa etária para gerências e supervisões diminuiu de 79,64% para 30,78%. Apesar disso, a rejeição aos candidatos já aposentados aumentou. Para cargos de presidência, por exemplo, o índice subiu de 65,7% para 69,28%.

Os níveis de objeção a profissionais que estudam à noite se mantiveram estáveis. Já a rejeição aos executivos desempregados há mais de seis meses registrou queda. Para os candidatos à presidência ou direção, os índices caíram de 40% para 37,88%. Entre os aspirantes a vagas de supervisão e gerência, a redução foi de 37,4% para 33,68%.

Fonte: Por Marcelo Monteiro, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 7

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç