Pular para o conteúdo principal

Como erro de grafia pode gerar R$ 385 mil

Recentemente uma internauta de São Paulo digitou num site de buscas a palavra "gravides" - escrita de forma errada, com a letra "s". Uma das primeiras respostas apresentadas fazia referência ao site da construtora Tecnisa. O espaço eletrônico da companhia surgiu no alto da página porque a empresa escolheu "gravides" como uma de suas palavras-chave na ferramenta publicitária chamada de link patrocinado. A internauta entrou em contato com a equipe de atendimento da construtora, que trabalha em tempo real, e bateu o martelo na compra de um apartamento no valor de R$ 385 mil. O valor investido pela Tecnisa na compra da palavra-chave foi de apenas R$ 0,05.

"O resultado obtido com o link patrocinado é espetacular. Esse formato representa 50% dos acessos ao nosso site", afirma Romeo Busarello, diretor de marketing da Tecnisa. Segundo ele, o site da empresa registra 430 mil visitas por mês e uma média de 1,6 imóvel vendido por dia pela internet, cada um a um valor médio de R$ 350 mil. A companhia planeja investir em 2008 mais de R$ 1 milhão em links patrocinados, superior aos R$ 680 mil aplicados em 2007.

O caso ajuda a entender a razão de o link patrocinado ser considerado como uma das tendências para acelerar ainda mais o crescimento do mercado de internet, cujo faturamento publicitário em 2007 deve ser de R$ 477 milhões no Brasil, segundo estimativas iniciais do IAB (Interactive Advertising Bureau), entidade que representa o setor de web. O aumento em relação a 2006 deve ficar perto dos 35%. " O que poderia fazer o setor apresentar um crescimento maior seria a inclusão de resultados de Google e Yahoo no Projeto Inter-Meios, que afere o mercado", diz Marcelo Sant''Iago, diretor de novos negócios da MídiaClick.

Um dos principais impulsionadores do setor é o link patrocinado", diz Antony Martins, diretor-geral do Grupo TV1. "Em geral, os resultados de exposição proporcionados por essa ferramenta são maiores que os da mídia tradicional", completa o executivo.

Hoje não é possível saber quanto o link patrocinado representa no total dos negócios de internet porque o Projeto Inter-Meios, responsável pela aferição desse setor, não contempla a verba obtida com essa ferramenta - segundo o IAB, isso se deve ao fato de os dois maiores competidores na área de links patrocinados não divulgarem suas receitas com a ferramenta. Só para dar uma idéia do potencial dela, no entanto, 98% do faturamento global do Google advém de links patrocinados - o faturamento no Brasil não é revelado.

Se o link patrocinado é importante por apontar uma tendência de expansão, deve-se observar que há outros fatores igualmente importantes que explicam o crescimento constante do faturamento publicitário de web. Um deles é a presença cada vez mais intensiva das ações de marketing de grandes empresas. "Hoje a web atrai mais as marcas - como o Carrefour - que não eram anunciantes e agora estão presentes no meio", afirma Marco Bebiano, diretor de relações com agências do Google. "A web é um meio indispensável, cresce de modo assustador. Não dá para fazer uma programação de mídia completa sem passar pela internet", afirma Celso Loducca, sócio da agência que leva seu nome.

No caso do iG, Marcelo Lobianco, diretor de publicidade do iG, aponta como fatores de crescimento a utilização de formatos publicitários customizados e coberturas de eventos sazonais, como carnaval, que contou com patrocínio de Nova Schin e Vivo - a verba investida não é divulgada. "Além disso, a internet permite mensurar o resultados das campanhas", afirma Lobianco, sem revelar dados financeiros.


Fonte: Por Clayton Melo, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç