Pular para o conteúdo principal

Criatividade para fidelizar clientes

Marketing não é uma batalha de fatos e sim de percepções. O fato em si não importa, importa como ele é percebido. As afirmações anteriores traduzem o que, em minha opinião, deve ser perseguido em campanhas de fidelização de clientes.

Tão certo quanto dizer que conseguir um novo cliente custa de 6 a 10 vezes mais caro que manter um antigo, é o fato de que, a cada dia, temos que ser mais criativos e inventivos para não perder nossos clientes, ponto vital para quase qualquer empresa.

Para manter clientes deveremos fazer com que se sintam felizes conosco, que repitam as compras conosco várias vezes, que sejam nossos divulgadores gratuitos, nos percebam como superiores à nossa concorrência em qualidade, atendimento, relacionamento e todos os demais atributos pesem em sua avaliação.

Ações de fidelização buscam demonstrar aos clientes a sua grande importância para nossos negócios, premiá-los em agradecimento por preferirem consumir nossos produtos e serviços, tentando evitar com isso que nos troquem por algum concorrente.

Foi-se o tempo em que, para gerar clientes fiéis, bastava agradá-los, atender aos seus anseios ou torná-los satisfeitos. Hoje satisfazer ao cliente virou obrigação, ponto que junto com a qualidade, formam cacife para que uma empresa, marca, ou produto participe do jogo do mercado.

Daqui para frente, se quisermos manter os clientes, seremos obrigados a “ENCANTÁ-LOS”, antecipar suas expectativas, surpreendê-los, estar sempre gerando para a nossa empresa uma percepção melhor do que a que eles têm sobre os nossos concorrentes e, para isso, haja criatividade. Temos que ser diferentes, apesar da revisão que o mercado fez da lei de Lavoisier, que no século XXI poderia ser enunciada como:
“Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se copia”.

O problema não é mais como montar planos de fidelização, mas como fazê-lo de forma diferente, realizando algo em que a concorrência ainda não tenha pensado e, preferivelmente, que não seja capaz de copiar, pelo menos em curto prazo.

Não vou sair do tema desse artigo, mas vou me furtar a abordar a criação pelo ponto de vista publicitário (praia das agências de propaganda, não minha), para concentrar-me naquilo que considero a chave mestra da criatividade (ou falta dela) nas campanhas de fidelização, o que as torna eficazes ou não: O interesse que a premiação poderá gerar para o seu público alvo.

Sinceramente me dá uma certa preguiça. Ver exemplos tão comuns de dinheiro gasto em calorias vazias, como planos de companhias aéreas (nas quais ganhamos viagens que jamais conseguimos viajar, pois nunca existem assentos disponíveis para os clientes que os ganharam), campanhas de operadoras de cartões de crédito (nas quais recebemos uma lista de brindes disponíveis, todos inúteis, embora caros e sofisticados, coisas que quase ninguém compraria, de onde escolhemos alguma coisa, apenas para não perder os pontos que estão se expirando), campanhas diversas destinadas a não dar nada a ninguém (nas quais é necessário acumular um número de pontos tão grande para ganhar alguma coisa, que um consumidor comum jamais alcançará qualquer prêmio).

Enfim, uma montanha de planos mirabolantes, que se mostram às vezes inúteis, às vezes contraproducentes, pois tornam seus clientes insatisfeitos e desagradados, não raro desenvolvendo rejeição à empresa, invertendo o resultado pretendido, já que pouca coisa pode ser mais frustrante que promessas não cumpridas, ou o sentimento de haver sido enganado.

Se o seu problema for fidelizar clientes, vai aqui o meu conselho: preocupe-se mais com o que eles querem ganhar, do que com o que você quer dar. Use a criatividade para a elaboração do nome, da chamada publicitária, do material de divulgação, da mecânica de premiação e tudo o mais, mas use-a muito mais para descobrir prêmios diferenciados, que peguem no desejo do consumidor e levem sua marca para um lugar de destaque junto ao seu cliente, seja em sua casa, seu escritório, ou simplesmente em sua memória.

Diga-se de passagem, esse é o objetivo: tornar-se memorável e nunca mais perder o cliente.


Fonte: Por Sidney Porto, in www.mundodomarketing.com.br

Comentários

Anônimo disse…
Parabens pela materia.

E e' pura verdade, temos que ser mais que criativos para se manter no mercado.

Atualmente uso o metodo de Bluetooth Marketing, nao para fazer propaganda do meu negocio. Mas sim, para presentear meus clientes.
Oferenco gratuitamente, ringtone e wallpaper para celulares de clientes, tambem para quem nao deseja adquirir nada em minha loja.
Mas sendo um cliente em pontecial no futro.
Aumentou muito o fluxo em minha loja.

Algumas pessoas ficaram curiosa com o servico.

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç