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Os dilemas da mudança

Empresas querem inovações, mas não mudam o jeito predominantemente orcamentário-operacional de planejar. Mesmo quando buscam trabalhar aspectos estratégicos, o fazem de forma incrementalista, apenas para melhorar estratégias vigentes. Poucas sistematicamente questionam o que fazem e buscam recriar estratégias a partir do zero.

Organizações governamentais querem saltos de performance, mas o que conseguem, na prática, é fazer mais do mesmo. Não se busca a reinvenção do todo por meio de equações que vão ao núcleo das coisas. Exemplo de equação em educação: em vez de acumular conhecimento - que se torna obsoleto rapidamente -, como seria possível assegurar o desenvolvimento de competências duráveis, como a capacidade de pensar, se comunicar, se relacionar, fazer acontecer? Como transcender a educação restrita a salas de aula e integrá-la à vida real? Como neutralizar tudo que no dia-a-dia "deseduca" crianças e adultos? E assim por diante...

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"O maior sinal de insanidade é fazer a mesma coisa, dia após dia, e esperar resultados diferentes."

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A sociedade brasileira quer um Congresso, um Executivo e um Judiciário muito melhores, éticos, verdadeiros e eficazes. Mas continua a fazer as coisas do mesmo jeito, com pouco envolvimento e processos imperfeitos de escolha dos representantes. Como reinventar o sistema, na direção de uma descentralização extrema, mais coerente com os ideais elevados da verdadeira democracia?

"O maior sinal de insanidade é fazer a mesma coisa - dia após dia - e esperar resultados diferentes." "Os maiores problemas que temos não poderão ser resolvidos no mesmo estado de pensar que os criaram." Gosto desses pensamentos atribuídos a Einstein. São estímulos à coerência.

De que forma empresas, governos e sociedade civil poderiam "fazer diferente" baseados em jeitos de pensar distintos dos que, no passado, criaram os desequilíbrios econômicos, sociais e ecológicos que hoje queremos resolver?

De que forma líderes poderiam se libertar de modelos mentais do passado e ajudar a projetar suas organizações e a sociedade na direção de um mundo mais equilibrado, justo, sustentável e pacífico? Por meio de reeducação e mudança cultural?

Ou seria a busca de diversidade o caminho mais pragmático de fazer com que os problemas das organizações e da sociedade sejam trabalhados por diferentes ângulos e formas de pensar?

"Já estamos fazendo isso" é o que o leitor está pensando? Ótimo. Mas em que grau? Na proporção requerida? Ou a diversidade ainda é muito tímida? Só na base da pirâmide, mas não nas posições de poder? Num nível ainda incompatível com a escala e a complexidade dos desafios?

Como seria uma diversidade 360°, capaz de neutralizar todos os preconceitos e as fragmentações existentes e que levasse a uma integração máxima para resolver qualquer equação de forma até mais abrangente e eficaz que Einstein?

Que tal debater essa questão com seus amigos, colegas, outros líderes? Que tal detectar situações do tipo "fazer igual e esperar resultados diferentes" e buscar a causa da causa desses paradoxos? Mais sobre diversidade em nosso próximo artigo.


Fonte: Por Oscar Motomura, in epocanegocios.globo.com

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