Pular para o conteúdo principal

Gestão da estratégia exige equipe especial

Muitas empresas fracassam no momento de pôr em prática seus planejamentos estratégicos. E isso afeta diretamente a sua lucratividade. Na opinião de Robert Kaplan, professor da Harvard Business School, uma das soluções para o problema é a constituição de um escritório de gestão da estratégia, um grupo pequeno e qualificado de executivos, capaz de fazer com que o planejamento alcance todas as instâncias da empresa e que, assim, funcione perfeitamente, conforme o projetado.

Autor de sete livros, entre os quais best-sellers como The Balanced Scorecard, The Strategy Focused Organization e Cost and Effect Kaplan palestrou ontem, para um seleto público formado por executivos e empresários, durante o Fórum Mundial de Lucratividade, no Teatro Alfa, junto ao Hotel Transamérica, em São Paulo.
Criador de duas das mais importantes ferramentas de gestão de todos os tempos (o balanced scorecard e o activity based costing), Kaplan propôs formas de fazer a associação de estratégia e de operações para obtenção de crescimento lucrativo.

Segundo ele, a excelência na execução e o cumprimento consistente da estratégia por parte da alta gerência são duas das questões que mais preocupam os presidentes de empresas. Uma das razões para este temor é que quase metade (46%) das companhias não mantêm processos formais para a execução de seus planos estratégicos, o que dificulta sobremaneira a obtenção dos resultados projetados. "Há duas razões básicas para o fracasso da estratégia", garante o professor. "A primeira é a sua má implementação. E a segunda, quando a estratégia é bem-executada, é quando a estratégia em si não é boa."

Além de Kaplan, também foram destaques no evento o executivo Robert Herbold, que durante oito anos respondeu pelas operações da Microsoft, e o fundador do Grupo Positivo, Oriovisto Guimarães. Em sua palestra, Herbold afirmou que o segredo da lucratividade está no equilíbrio entre disciplina e inovação. Já Guimarães falou sobre suas experiências à frente da empresa que criou, discutindo também a importância da manutenção de princípios éticos em busca de uma lucratividade máxima.
Reinvenção dos negócios

O evento, que discute temas como a manutenção da lucratividade de forma sustentável, a reinvenção de modelos de negócio para obtenção de lucro e a avaliação de estratégias para garantia de lucratividade no futuro, se encerra hoje, com as palestras de Adrian Slywotzky, Hermann Simon e David Reibstein. "Procuramos elaborar grade que possa auxiliar os participantes a encontrar respostas para diversas questões-chave sobre lucratividade que hoje são um grande desafio para as empresas", diz Marcos Braga, presidente no Brasil da HSM, promotora do fórum.

Considerado o maior expert em estratégia focada em lucratividade do planeta, Slywotzky é autor de diversos best-sellers na área. Sua palestra será centrada na importância do cliente e da colocação do lucro como foco principal em uma estratégia. Além disso, ele também abordará as mudanças na cadeia de distribuição de lucros decorrentes do processo de globalização.

Já Hermann Simon, autoridadeem estratégia, marketing e gestão de preços da Europa, relativizará em sua palestra a importância do "market share" em detrimento da obtenção de lucro em uma cadeia mercadológica. Autor de mais de 30 livros, ele também abordará a nocividade da guerra de preços para o mercado e a importância da administração voltada ao lucro.

O último palestrante do fórum, David Reibstein, falará da importância da conquista e fidelização de clientes e também das melhores práticas para se dimensionar a importância do marketing em uma empresa.


Fonte: Por Marcelo Monteiro, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç