Durante muito tempo as pessoas conviveram com a idéia de que tínhamos recursos inesgotáveis na natureza e dela podíamos tirar tudo que era necessário para a nossa sobrevivência. Com isso passamos a explorá-la descontroladamente. Essa exploração desordenada gerou o desequilíbrio ambiental. E como resultado, convivemos hoje com o desmatamento de grandes áreas florestais, com a extinção de espécies animais, com a falta de água e, conseqüentemente, de energia elétrica, com a escassez de alimentos e agora com o aquecimento global.
Se antes o pensamento era que tínhamos recursos em abundância à nossa disposição, hoje sabemos que esses bens são esgotáveis. Por isso, caminhamos para a tentativa de preservar o pouco que há disponível, ou ainda, manter o uso consciente desses benefícios. A boa notícia é que empresas e pessoas já estão se conscientizando de que terão de conviver com ações sustentáveis daqui por diante.
Num passado não muito distante, a importância de uma organização para a sociedade era mensurada apenas pelo seu crescimento econômico, pelas metas alcançadas e também como aquela que mais empregava pessoas. Já nos dias atuais, o que conta, além do aspecto financeiro é a sua responsabilidade social e ambiental, transparência e boa administração corporativa. Um empreendimento ser sustentável deve atender a quatro requisitos básicos: ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito.
Hoje, graças a algumas boas iniciativas, já vemos que várias corporações passaram a adotar a prática da sustentabilidade e da responsabilidade social corporativa, que também contribui na receita da empresa. Os desperdícios passam a ser evitados, e os recursos podem ser revertidos na capacitação de mão-de-obra, na qualificação profissional, em salários e benefícios.
À primeira vista, parece simples tornar-se uma empresa sustentável, mas é bem mais complicado do que parece, e esse assunto merece uma reflexão mais profunda.
Se por um lado é fundamental ter consciência de que os recursos naturais são limitados, por outro, também é importante ter consciência de que os recursos econômicos das empresas não são infinitos, e que essas correm o risco de tornar-se economicamente inviáveis por ter de assumir cada vez mais as responsabilidades do Estado.
Quando falamos da degradação do meio ambiente e o uso consciente dos recursos do planeta, está claro que todos têm sua parcela de responsabilidade. Agora, será que uma atitude sustentável não deve incluir uma cobrança mais efetiva dos governantes para o uso consciente dos impostos que sufocam as empresas e a população?
Será possível ser uma empresa sustentável se não houver a contrapartida do governo? De que adianta uma empresa investir no social e construir um hospital para a comunidade se não houver um sistema de saúde eficiente para mantê-lo ou garantir a presença de médicos qualificados?
Outro fator que contribui para esse questionamento é o fato de assistirmos entidades que se organizam para exigir uma maior contribuição das empresas nas questões sociais, mas não percebemos essas mesmas entidades exigindo o uso racional das verbas públicas pelo governo na mesma proporção e intensidade.
Assim, cabe às empresas considerar em seus projetos sociais o compromisso do Estado na sustentabilidade dos resultados, e à população cabe a fiscalização e a punição, por meio da mobilização da opinião pública e do voto consciente, dos nossos governantes. Caso contrário, a sustentabilidade no Brasil não passará de mera utopia.
Pense nisso. A sustentabilidade é a conseqüência das atitudes de todos no presente nos diversos aspectos do nosso cotidiano.
Fonte: Por Francisco Higa, in epocanegocios.globo.com
Se antes o pensamento era que tínhamos recursos em abundância à nossa disposição, hoje sabemos que esses bens são esgotáveis. Por isso, caminhamos para a tentativa de preservar o pouco que há disponível, ou ainda, manter o uso consciente desses benefícios. A boa notícia é que empresas e pessoas já estão se conscientizando de que terão de conviver com ações sustentáveis daqui por diante.
Num passado não muito distante, a importância de uma organização para a sociedade era mensurada apenas pelo seu crescimento econômico, pelas metas alcançadas e também como aquela que mais empregava pessoas. Já nos dias atuais, o que conta, além do aspecto financeiro é a sua responsabilidade social e ambiental, transparência e boa administração corporativa. Um empreendimento ser sustentável deve atender a quatro requisitos básicos: ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito.
Hoje, graças a algumas boas iniciativas, já vemos que várias corporações passaram a adotar a prática da sustentabilidade e da responsabilidade social corporativa, que também contribui na receita da empresa. Os desperdícios passam a ser evitados, e os recursos podem ser revertidos na capacitação de mão-de-obra, na qualificação profissional, em salários e benefícios.
À primeira vista, parece simples tornar-se uma empresa sustentável, mas é bem mais complicado do que parece, e esse assunto merece uma reflexão mais profunda.
Se por um lado é fundamental ter consciência de que os recursos naturais são limitados, por outro, também é importante ter consciência de que os recursos econômicos das empresas não são infinitos, e que essas correm o risco de tornar-se economicamente inviáveis por ter de assumir cada vez mais as responsabilidades do Estado.
Quando falamos da degradação do meio ambiente e o uso consciente dos recursos do planeta, está claro que todos têm sua parcela de responsabilidade. Agora, será que uma atitude sustentável não deve incluir uma cobrança mais efetiva dos governantes para o uso consciente dos impostos que sufocam as empresas e a população?
Será possível ser uma empresa sustentável se não houver a contrapartida do governo? De que adianta uma empresa investir no social e construir um hospital para a comunidade se não houver um sistema de saúde eficiente para mantê-lo ou garantir a presença de médicos qualificados?
Outro fator que contribui para esse questionamento é o fato de assistirmos entidades que se organizam para exigir uma maior contribuição das empresas nas questões sociais, mas não percebemos essas mesmas entidades exigindo o uso racional das verbas públicas pelo governo na mesma proporção e intensidade.
Assim, cabe às empresas considerar em seus projetos sociais o compromisso do Estado na sustentabilidade dos resultados, e à população cabe a fiscalização e a punição, por meio da mobilização da opinião pública e do voto consciente, dos nossos governantes. Caso contrário, a sustentabilidade no Brasil não passará de mera utopia.
Pense nisso. A sustentabilidade é a conseqüência das atitudes de todos no presente nos diversos aspectos do nosso cotidiano.
Fonte: Por Francisco Higa, in epocanegocios.globo.com
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