Marcelo Favery, vulgo Favela, é um nerd de videogames. Paulo Lyra, o Boquinha, transita no circuito das baterias carnavalescas universitárias. André Amaro, mais conhecido como Catota, é um camarada influente nas pistas de skate de São Paulo. Os três estão na foto aí ao lado e são "mosqueteiros" da agência Namosca, especializada em marketing dirigido ao público jovem. No jargão do meio, são embaixadores de marcas corporativas junto às comunidades de que participam - agentes não exatamente secretos, que trazem informações sobre esses públicos para dentro da agência e levam mensagens das empresas para a garotada. "É um típico modelo de negócios do marketing 2.0", afirma Alfredo Motta, sócio-fundador da Namosca. Nesse mundo novo, um integrante da tribo é mais crível do que uma celebridade. Uma dica do Catota vale mais do que o endosso do campeão mundial de skate Bob Burnquist. "O skatista sabe que Bob é pago e que, outro dia, estava usando outra marca", diz Alfredo.
Esse modelo remete aos chamados cool hunters - caçadores de tendências em tribos urbanas, na expressão cunhada por Carl Rohde, um antropólogo cultural do departamento de Mídia e Comunicação da Universidade de Utrecht, na Holanda. O uso de jovens influentes como antenas que captam novidades e permitem às empresas saber o que é "cool" e o que já deixou de ser não é uma prática nova. Inovação é usar essa garotada para propagar mensagens das empresas.
Diferentemente das celebridades, os mosqueteiros não recebem dinheiro. Sua remuneração vem na forma de produtos, convites para eventos e brindes. No total, são 120 jovens alistados pela agência, incluindo os que atuam em redes de relacionamento, como MySpace ou Orkut. A idéia, nos dois casos, é fazer com que esses jovens participem de missões dentro de suas tribos urbanas e virtuais.
PLANTAR PRODUTOS
Quem fez isso primeiramente foi a Procter & Gamble, nos Estados Unidos. Em 2001, a P&G iniciou um programa de marketing boca a boca que recrutava adolescentes para "plantar" produtos seus (e de empresas parceiras) entre os amigos. Atualmente, a Procter recruta mães e as municia com mensagens para outras mães. Em um ano, a companhia alistou 600 mil mães de até 45 anos, com filhos de até 19.
Esse tipo de abordagem reflete uma mudança na forma como se faz e se consome propaganda. "Minha avó acreditava que a Elizabeth Taylor usava sabonete Lux", diz Alfredo. No outro extremo, está a garotada que fecha pop-ups antes que o conteúdo publicitário apareça. É a esse grupo que Alfredo, um administrador de empresas de 36 anos, dedica-se há mais de quatro anos. Ele trabalhou na Procter & Gamble, na AmBev e na L'Oréal, em Paris e Londres. Em 2003, abriu a Namosca. Hoje, tem 20 pessoas na folha de pagamento, clientes como Adidas, AmBev e Accenture - e marqueteiros com idades entre 13 e 24 anos.
1>>>André Amaro, 21 anos, estudante de mecatrônica na USP >>> É ouvido pela agência quando a idéia é promover um evento para a comunidade de skatistas. "Foi o cara que nos convenceu de que trazer o Bob Burnquist (brasileiro campeão mundial de skate) para o Brasil, de novo, não ia agregar nada", diz Alfredo Motta, sócio da Namosca
2>>>Marcelo Favery, 23 anos, aluno de publicidade na FAAP >>> Está colaborando com a Namosca para o desenvolvimento de um novo site de um cliente que terá, entre as atrações, um game de futebol. É o cara que diz o que é "cool" e o que é "caído" nesse meio
3>>>Paulo Lyra, 20 anos, aluno de engenharia elétrica na USP >>> Baterias de escola de samba viraram febre universitária. Paulo é quem explica essa cena à agência, participa de eventos apoiados por patrocinadores e está ajudando a Namosca a colocar o batuque no festival Namostra
AÇÕES NA MOSCA
Três projetos que contam com a participação de mosqueteiros
SKOL BEATS
Os embaixadores da marca Skol participam da divulgação do festival de música eletrônica Skol Beats nas universidades que freqüentam. E, eventualmente, participam da venda de ingressos para esse público
OS BONS TRAINEES
A consultoria usa mosqueteiros no processo de recrutamento de jovens nas faculdades de administração, engenharia e economia. A idéia é divulgar seu nome e tornar seu programa de trainees mais cobiçado
FUTEBOL DE ELITE
A fabricante de equipamentos esportivos está lançando um novo projeto de marketing para sua linha de futebol, e conta com os voluntários da Namosca para realizar parte da divulgação em escolas de elite
Fonte: Por Alexandre Teixeira, in epocanegocios.globo.com
Esse modelo remete aos chamados cool hunters - caçadores de tendências em tribos urbanas, na expressão cunhada por Carl Rohde, um antropólogo cultural do departamento de Mídia e Comunicação da Universidade de Utrecht, na Holanda. O uso de jovens influentes como antenas que captam novidades e permitem às empresas saber o que é "cool" e o que já deixou de ser não é uma prática nova. Inovação é usar essa garotada para propagar mensagens das empresas.
Diferentemente das celebridades, os mosqueteiros não recebem dinheiro. Sua remuneração vem na forma de produtos, convites para eventos e brindes. No total, são 120 jovens alistados pela agência, incluindo os que atuam em redes de relacionamento, como MySpace ou Orkut. A idéia, nos dois casos, é fazer com que esses jovens participem de missões dentro de suas tribos urbanas e virtuais.
PLANTAR PRODUTOS
Quem fez isso primeiramente foi a Procter & Gamble, nos Estados Unidos. Em 2001, a P&G iniciou um programa de marketing boca a boca que recrutava adolescentes para "plantar" produtos seus (e de empresas parceiras) entre os amigos. Atualmente, a Procter recruta mães e as municia com mensagens para outras mães. Em um ano, a companhia alistou 600 mil mães de até 45 anos, com filhos de até 19.
Esse tipo de abordagem reflete uma mudança na forma como se faz e se consome propaganda. "Minha avó acreditava que a Elizabeth Taylor usava sabonete Lux", diz Alfredo. No outro extremo, está a garotada que fecha pop-ups antes que o conteúdo publicitário apareça. É a esse grupo que Alfredo, um administrador de empresas de 36 anos, dedica-se há mais de quatro anos. Ele trabalhou na Procter & Gamble, na AmBev e na L'Oréal, em Paris e Londres. Em 2003, abriu a Namosca. Hoje, tem 20 pessoas na folha de pagamento, clientes como Adidas, AmBev e Accenture - e marqueteiros com idades entre 13 e 24 anos.
1>>>André Amaro, 21 anos, estudante de mecatrônica na USP >>> É ouvido pela agência quando a idéia é promover um evento para a comunidade de skatistas. "Foi o cara que nos convenceu de que trazer o Bob Burnquist (brasileiro campeão mundial de skate) para o Brasil, de novo, não ia agregar nada", diz Alfredo Motta, sócio da Namosca
2>>>Marcelo Favery, 23 anos, aluno de publicidade na FAAP >>> Está colaborando com a Namosca para o desenvolvimento de um novo site de um cliente que terá, entre as atrações, um game de futebol. É o cara que diz o que é "cool" e o que é "caído" nesse meio
3>>>Paulo Lyra, 20 anos, aluno de engenharia elétrica na USP >>> Baterias de escola de samba viraram febre universitária. Paulo é quem explica essa cena à agência, participa de eventos apoiados por patrocinadores e está ajudando a Namosca a colocar o batuque no festival Namostra
AÇÕES NA MOSCA
Três projetos que contam com a participação de mosqueteiros
SKOL BEATS
Os embaixadores da marca Skol participam da divulgação do festival de música eletrônica Skol Beats nas universidades que freqüentam. E, eventualmente, participam da venda de ingressos para esse público
OS BONS TRAINEES
A consultoria usa mosqueteiros no processo de recrutamento de jovens nas faculdades de administração, engenharia e economia. A idéia é divulgar seu nome e tornar seu programa de trainees mais cobiçado
FUTEBOL DE ELITE
A fabricante de equipamentos esportivos está lançando um novo projeto de marketing para sua linha de futebol, e conta com os voluntários da Namosca para realizar parte da divulgação em escolas de elite
Fonte: Por Alexandre Teixeira, in epocanegocios.globo.com
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