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A primeira lição: reconheça para quem você trabalha

Sejamos francos: para quem você trabalha? Ou melhor dizendo, porque você trabalha? Você pode trabalhar por uma série de motivos, que vão desde a satisfação de necessidades elementares (comida e abrigo), até o exercício de vontades ou aspirações mais complexas, como por exemplo a busca pelo poder, riquezas, a curiosidade científica, a caridade e o cuidado com o próximo, a fama, a auto-realização, o reconhecimento da comunidade, a realização dos filhos, do resto da família, etc.

Entretanto todos esses motivos têm um fator em comum. Você trabalha para si próprio. Quando você tem um emprego, trabalha em prol de sua carreira, dentro da empresa. Se você é um empresário, trabalha pelo crescimento e pelos resultados da sua empresa. Se for um voluntário em trabalhos sociais, está preocupado com o bem estar das pessoas carentes, ou se está voltado à sua família, você trabalha em prol da sua decisão de ajudá-los. Não importa se o trabalho é remunerado ou não, se é iniciativa sua como empresário ou não. Seu primeiro cliente, seu primeiro objetivo é atender àquilo que você estabelecer, não importando se for somente para si ou para outros.

É importante que isso seja entendido, porque se você pretende atingir resultados por meio de outras pessoas, em primeiro lugar precisa entender esses mecanismos em você mesmo. Por que? Simples: as outras pessoas também são regidas pelo mesmo princípio, ou seja, mesmo que no consciente a maioria delas não se dê conta disso, elas trabalham para si próprias e estão interessadas em seus próprios objetivos. Na medida em que você internalizar tudo isso entenderá o princípio básico em todo mundo.

Quantas vezes alguém já tentou lhe vender uma idéia ou lhe convencer a fazer alguma coisa e você ponderou: "mas será que isso vai ser útil mesmo?" E só após a ponderação é que tomou a decisão? Esse mecanismo é o que traz uma instrução ou um dado externo para seu processo de estabelecimento de objetivos e torna sua a decisão de executar alguma coisa que outra pessoa lhe sugeriu ou mandou. Quanto mais convencido você estiver do valor da sugestão ou da ordem, assim como da idoneidade do emissor, maior será a sua concentração e seu esforço para executar a sua decisão de implementá-la.

Quando pretende alcançar resultados por intermédio de outros, você passa a ser o agente externo. Assim é importante entender tudo isso, em primeiro lugar utilizando a sua experiência pessoal como forma de sentir o processo e poder aplicá-lo aos que trabalham com você. É muito simples: quanto mais convencidos seus colaboradores estiverem de que suas ordens ou instruções são válidas, irão realmente contribuir para os objetivos individuais deles, e mais esforço, comprometimento e atenção serão aplicados à sua execução, o que irá se traduzir em melhor desempenho da equipe.

Ainda, quanto mais eles estiverem convencidos da sua credibilidade e idoneidade, mais estarão propensos a lhe ouvir e a seguir suas orientações.

Resumindo, você precisa se conhecer muito bem, saber exatamente qual a imagem e impressão que você passa para os outros, de forma a usar isso como parte do seu instrumental de gerenciamento.

Se você é um gestor, considere sempre que há muito mais pessoas olhando para você do que você olhando para elas, e todas vêem em você detalhes de comportamento que talvez lhe passem despercebidos. É importante que você tenha o maior controle possível sobre a sua própria imagem. Firmeza nas decisões e transparência nos objetivos são fatores determinantes neste processo.


Fonte: Por Edson Rodriguez, in Valor Econômico

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