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What are you doing?

Essa que seria uma simples pergunta, sacada ingenuamente como introdução de uma conversa entre amigos, está se transformando numa febre e aponta uma nova tendência no relacionamento e formação de comunidades na internet.

O Twitter, ferramenta que integra internet e celular, permite que você saiba em tempo real o que seus amigos - ou melhor "the people that you are following" - estão fazendo. E, em resposta à pergunta do começo deste texto, vale tudo. Descrições fiéis das atividade triviais do dia-a-dia - tomando café, indo para uma reunião, saindo do cinema -, bobagens nonsense ou observações quase filosóficas sobre toda e qualquer coisa...

Ao se cadastrar no site você tem a opção de seguir e ser seguido pelos usuários também cadastrados. Quanto mais popular você for, mais seguidores terá.

O grande trunfo da ferramenta é permitir que a informação seja distribuída para sua rede de seguidores "gratuitamente" via SMS em tempo real. Ao enviar um SMS para um número telefônico internacional, você está automaticamente cadastrado e passa a receber o passo-a-passo das pessoas a quem você está following. Diz o site que você pode receber até 250 SMS por semana, mas muitos usuários dizem que não funciona muito bem. Até agora não deu para entender quem está pagando essa conta, mas como em todo bom produto nascido na web o modelo de negócio vem depois.

Para quem utiliza smart phones e blackberrys, existem alguns aplicativos que facilitam a atualização de seu status, transformando o hábito em um vício - do tipo que faz um pausa neste texto ser necessária para avisar aos amigos twitteros: "estou escrevendo um texto sobre o Twitter...". A brincadeira fica mais divertida e viciante quando o que você escreve é questionado, comentado, respondido e discutido entre os followers, o que torna o Twitter um misto de fórum, messenger e "short blog".

Indepentemente de qual será o futuro do Twitter na onda da tão badalada web 2.0, em que as APIs abertas permitem que qualquer um faça o que bem entender a partir da ferramenta, a brincadeira pode expandir e de fato virar uma febre.

Os responsáveis por marcas, produtos e/ou serviços que se propõem a falar com o público jovem e early adopter, ou a dita geração Y, deveriam ler este texto com cara de "Anh-hã, me conte uma novidade"... Mas o que vemos é uma série de empresas gastando fortunas para tentar antecipar tendências, discutindo-as em infindáveis reuniões, tentando descobrir qual a melhor maneira de se conectar com este novo consumidor - enquanto isso, ferramentas cheias de potencial como o Twitter ficam dando sopa por aí.

Em momentos como este, em que vivemos uma revolução no consumo e oferta de conteúdo, em que os papéis entre emissor e receptor já não são mais tão claros, quem ousa experimentar e romper os tradicionais modelos de marketing e comunicação tende a encontrar o caminho de conexão com o consumidor mais rapidamente.

Mas ainda nos falta ousadia, tanto na forma de comunicar como na exploração dos meios. Enquanto isso vou atualizando meu Twitter.


Fonte: Por Alfredo Reikdal, in www.meioemensagem.com.br/proxxima2008

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