Pular para o conteúdo principal

Tudo será como antes

A mídia tem se queixado deste abril, julgando erroneamente que a crise entrou no movimento stop and go: enquanto março foi bom para a maioria dos meios, abril está sendo ruim.

Há que se considerar quanto ao fato o prejuízo causado pelos feriadões à publicidade. Eles impedem a continuidade de qualquer planejamento de vendas e arrefecem o recall das marcas e ofertas na memória do consumidor. O anunciante sabe disso e anuncia menos.

Com os fins de semana prejudicados (eles formam o grosso do faturamento mensal dos veículos), a produção do mês deixa a desejar, provocando falsa percepção de que a crise recrudesceu.

Sabemos (e experimentamos todos) que o momento ainda é difícil, mas já se vislumbra o princípio da retomada.

O leitor assíduo das opiniões dos experts econômicos tem percebido uma convergência muito recente nas suas previsões. Se antes elas se conflitavam até quanto ao início, meio e fim da ressaca, com os mais pessimistas garantindo que o pior ainda estaria por vir, agora nota-se na maioria deles manifestações de retomada.

As divergências passam a ser sobre o momento em que voltaremos à normalidade e com qual intensidade se desenvolverá o percurso.

No mercado publicitário, os mais atrevidos (e vencedores) ousam estabelecer o início do segundo semestre como o ponto de retorno, acreditando que o volume de trabalho a partir daí será intenso, propiciando uma recuperação que produzirá, por sua vez, um crescimento médio do ano em torno de 8% em comparação com 2008.

Para quem até outro dia já se contentava com um empate, para logo em seguida comemorar previsões de um crescimento moderado (não mais que 3%), o cenário torna-se auspicioso.

O que se recomenda diante disso é prosseguir com cautela, tomando-se o cuidado, porém, de não exagerar na dose: um pouco menos de pé no freio e um pouco mais no acelerador, é o que deve ser feito a partir de agora, apostando na impossibilidade de revertério desse quadro descrito.

Se o mês de abril, com os seus feriadões, fez a mídia sofrer, maio – apesar de se iniciar em um deles – tem tudo para compensar as atuais perdas, inclusive o chamado segundo Natal do ano, que é o Dia das Mães, com muitos anunciantes já em ação visando à data.

Olhando um pouco mais adiante, o encerramento do semestre promete outro mês de boas verbas, com o Dia dos Namorados bombando o movimento do varejo.
A partir daí, o mundo começa a viver outro momento, com os problemas iniciais da crise mais distantes e muitos deles amortecidos.

O Brasil voltará então a ser beneficiado pelo lado de fora das fronteiras, aliviando sua enorme momentânea dependência do mercado interno.

Não se trata de nenhum conto de fadas com final feliz, como nos velhos tempos.
Basta olharmos para trás e verificar que já passamos, em todos os tempos, por situações semelhantes e invariavelmente a curto prazo nos safamos.
Não será diferente desta vez.


Fonte: www.propmark.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç