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Cultura e competitividade analíticas alavancam resultados

Se no passado o trabalho de coletar informações era marginalizado para meramente a redação de relatórios internos, atualmente as empresas têm se dado conta de sua importância e investido nisso. “Não basta mais apenas relatórios, mas sim estudos analíticos, que hoje em dia têm deixado o porão das empresas para irem à sala da diretoria”, disse Thomas Davenport, durante a primeira parte de sua conferência nesta quarta-feira, 29 de agosto, no Fórum Mundial de Estratégia e Marketing, da HSM.

Segundo Davenport, uma coleta de dados analítica é essencial não apenas para a gestão interna da informação, mas principalmente para a tomada de decisões. “É preciso utilizar as análises como a principal fonte de informações para competir no mercado”, salientou.

Criador de alguns dos conceitos mais poderosos da gestão contemporânea, como reengenharia de processos e a própria gestão do conhecimento, Davenport destacou que o enorme volume de informações que uma empresa pode coletar tanto de seus clientes como de seus competidores e do mercado é enorme, por isso necessita de um investimento pesado. Para escorar essa afirmação, o conferencista trouxe ao público uma pesquisa que mostra que 15% das empresas de melhor desempenho estudadas indicaram que a competência analítica é um elemento-chave de sua estratégia.

Cultura científica - Davenport, autor de oito best-sellers mundiais, dentre eles Process innovation e Conhecimento empresarial, destacou a importância de as empresas desenvolverem uma cultura científica dentro de seus quadros profissionais.

“É fato atualmente que se uma companhia quer ser bem sucedida, tem obrigatoriamente de contar com pessoas com uma cultura analítica e que saibam utilizar os dados da melhor forma”, alertou.

Segundo ele, Brasil e Estados Unidos têm uma cultura organizacional similar, que prega mais o trabalho interno duro do que a atuação junto ao cliente. “Você pode fazer dinheiro fácil com análises críticas, mas precisa para isso das pessoas certas e usufruir dessas informações da melhor maneira possível”, apontou.

Visão analítica x intuição - Davenport contou aos participantes que em um de seus trabalhos no qual expunha a importância do estudo analítico, um dos diretores de uma empresa apontou para o seu medo de o uso constante de análises e banco de dados destruísse a tomada de decisão por intuição.

Segundo o conferencista, porém, não há motivo para temer a perda dessa última habilidade. “Haverá sempre momentos em que teremos de usar nossa intuição, momentos em que não haverá tempo para consultar nossas informações. Porém, a intuição deve ser o último recurso, a ser usado quando você não tem informações ou tempo para te ajudar”, sentenciou.

Competição analítica - Apesar de o termo não ser comumente usado, o trabalho de estudo analítico para a tomada de decisões e melhor abordagem do cliente é antigo, segundo Davenport. O professor da Harvard Business School trouxe alguns exemplos marcantes de como um exercício de análise bem direcionado e gestão competente da informação podem levar ao sucesso.

Um desses casos é o da loja virtual Amazon, que se tornou uma potência no e-commerce ao utilizar informações de compra e cadastro de seus clientes para enviar e-mails personalizados de promoções, além de uma até então inédita tecnologia de mudança da home page de acordo com o computador que acessava o portal.

Não apenas para as companhias que estão no topo esse tipo de análise pode ser importante. Davenport apresentou alguns casos nos quais o estudo analítico resultou numa grande reviravolta e em um aumento considerável do lucro. “A Tesco tornou-se um fenômeno do nicho de supermercados na venda pela Internet por meio dessa mesma coleta de informações dos clientes e também de seus concorrentes, apresentando assim serviços que nenhum outro disponibilizava”, contou.

Hierarquia da informação - Para que os dados circulem de forma correta e coerente com a cultura e interesses de uma empresa, porém, é necessário um pensamento estruturado de como dispor dessas informações. Para ilustrar isso, Davenport apresentou alguns exemplos de hierarquização dos dados.

Segundo ele, é possível dispor dessas informações como em uma anarquia, ou seja, todos têm acesso a tudo; monarquia, onde apenas os donos da empresa recebem os dados; e federalismo, onde representantes se reúnem e discutem para decidir quais as informações serão gerenciadas pelo poder central e quais serão utilizadas em nível local.

“Pessoalmente, acho que o federalismo é a melhor opção para a maioria das empresas, pois pode dispor das informações para praticamente todos e de uma forma consciente”, explicou. “É importante também destacar que, ao contrário do que alguns pensam, dados em comum e integrados não são mera questão técnica, como é possível observar com esses exemplos”, disse.

Liderança - Toda essa cultura científica necessária a uma corporação, porém, não se sustenta sem a figura de um gestor da empresa que tenha esse mesmo perfil e vontade de coletar informações. “Este modelo de gestor eu conheci em várias companhias de sucesso, como a Amazon e o Yahoo!”, contou Davenport.

Segundo ele, não é possível, porém, ser analítico em todos os setores da empresa. “Não é possível adotar essa postura para absolutamente tudo. Por isso, é importante saber escolher o que deve ser analisado como prioridade, de preferência destacando um foco estratégico principal e um secundário”, concluiu.


Fonte: Portal HSM On-line

Comentários

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