Pular para o conteúdo principal

Percepção e relacionamento são tendências da comunicação

Três grandes publicitários brasileiros - Julio Ribeiro, sócio-presidente da agência Talent, Alexandre Gama, presidente da Neogama/BBH e Jaques Lewkovicz, sócio e presidente de criação da Lew'Lara - foram chamados a discutir o que todos os publicitários, empresas e pessoas envolvidas com propaganda querem saber: as tendências da comunicação.

O tema deu nome a um dos painéis da última quarta-feira, 19, último dia do 4º Seminário de Marketing (Semark), promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo. O diretor de Meio & Mensagem, Marcelo de Salles Gomes, foi o moderador do painel. A conclusão foi um conjunto de informações que de alguma forma já estão sendo colocadas em prática e cujo uso deve crescer daqui para frente.

Para Alexandre Gama, o acesso quase irrestrito à informação nesta 'Era da Informação' que estamos vivendo faz com que tudo seja comunicação, até os produtos. Nesse contexto, produzir percepção é tão ou mais importante quanto produzir um produto. 'Percepção é a nova realidade', decreta. Esse deve ser um item de série do produto, que deveria sair da mesma linha de montagem; é um dos componentes da fórmula do produto.

Na lista do futuro que a Neogama enxerga consta a convergência de mídias e a morte do slogan, que, segundo Gama, "é um resquício da Era Industrial". Em seu lugar, a agência prega a construção de um relacionamento com o consumidor por meio de uma 'idéia-prima', que trabalha no emocional. Por exemplo, o 'completo' do Bradesco e 'o mundo é de quem faz', do portal iG.

Relacionamento é tudo
Julio Ribeiro iniciou sua apresentação jogando uma inquietude à platéia. Disse que prefere discutir o futuro pensando em algo que não foi inventado, que não foi discutido. "O que não existe ainda é muito mais importante para quem pensa no futuro", explicou. No entanto, o cerne do seu recado tem como base a coisa mais primária e primordial entre os seres humanos: relacionamentos: "Tudo é produto de relacionamento. O sucesso ou o fracasso de uma empresa passa pelo fator relacionamento".

Como exemplo, Ribeiro citou o caso de um banco que estava perdendo cliente na área premium, onde estão os clientes mais abastados e não se descobria exatamente porque. O problema estava na telefonista. O contato inicial com o cliente deixava a desejar e os clientes entendiam que o banco não estava dedicando a eles a atenção necessária. "Nos bancos, geralmente não é o serviço que está errado e, sim, a forma como é prestado".

Já Jaques Lewkovicz resumiu as suas considerações citando um criativo americano, segundo o qual "uma marca não pode ser criada por uma agência ou pelo departamento de marketing de uma empresa; uma marca é a soma de todas as suas atuações".


Fonte: Por Cláudia Bergamasco, in www.meioemensagem.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç