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Competitividade responsável ainda é modesta no Brasil

Em maio de 2005, o presidente mundial da General Electric Company (GE), Jeff Immelt, anunciou o programa Ecomagination. A iniciativa, que visa desenvolver tecnologias capazes de atacar desafios urgentes para a sustentabilidade do planeta, resultou em um portfólio de 45 produtos e serviços que consomem menos energia e não prejudicam o ambiente. Ao mesmo tempo, a linha pretende gerar pelo menos US$ 20 bilhões em negócios para a companhia até 2010. A equação é clara: lucro + responsabilidade socioambiental = sustentabilidade em estado puro.

Iniciativas como essa, replicadas por executivos de outras grandes corporações, fizeram com que países como Estados Unidos, Alemanha, Finlândia, Suécia e Reino Unido - classificados como "inovadores" - aparecessem entre os melhores situados no Ranking de Competitividade Responsável (IRC), elaborado pela AccountAbility, reconhecida organização internacional da área de sustentabilidade. O conceito de competitividade responsável, tanto no nível empresarial quanto governamental, avalia não só o cumprimento de normas e legislações, mas também a busca de estratégias e inovações que atendem às necessidades mais prementes da humanidade.

A pesquisa, que no Brasil contou com a participação da Fundação Dom Cabral (FDC), incluiu 108 países, que, juntos, respondem por 96% do PIB global. No estudo, as práticas empresariais e governamentais constróem uma fotografia do atual estágio da competitividade nos países. Entre os aspectos avaliados estão itens como o rigor da proteção ambiental, o comportamento ético empresarial, o índice de percepção de corrupção, a transparência nas transações e o número de fatalidades no trabalho.

Conforme o ranking, o Brasil está no grupo dos "cumpridores", países que em geral demonstram progressos nas áreas trabalhistas, ambientais, de qualidade e sociais, mas que não passam disso. Abaixo deles estão apenas os "iniciantes", que já demonstraram comprometimento com a responsabilidade, assinando tratados e acordos internacionais, mas que ainda lutam para implementar o básico, como saúde e segurança no trabalho. Acima dos cumpridores, além dos "inovadores", estão os "assertivos", ativamente engajados no desenvolvimento e promoção de padrões internacionais, mas ainda abaixo dos países de ponta no que tange à competitividade responsável.


Fonte: Por Marcelo Monteiro, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 11

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