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Endomarketing: do local ao global

Tenho sido questionada sobre os motivos pelos quais a HappyHouse Brasil, agência que dirijo, atende apenas a clientes de grande porte. Sempre respondo que essa não é uma decisão nossa e, sim, do mercado.

Uma empresa que possui poucos funcionários não precisa de uma agência de endomarketing, pois nela a comunicação empresa/empregado acontece de forma intuitiva, muitas vezes através do olho-no-olho e da mão-na-mão. Uma grande empresa, no entanto, necessita de um processo estruturado de canais, instrumentos e ações para fazer com que a sua cultura, seus projetos e desafios sejam disseminados entre os milhares de empregados que possui. Uma empresa de varejo que possui mais de cem lojas não tem como fazer com que o seu Presidente esteja em todas as unidades num único mês. Isso determina a necessidade de um canal específico como, por exemplo, um programa de televisão para que todos possam ter acesso ao que o Presidente pensa.

É dentro desse contexto que se estabelece a necessidade ou não de uma empresa contratar uma agência de endomarketing que fará o planejamento, a criação, a finalização, a produção e a implantação de um processo estruturado e sistemático de Comunicação Interna.

Dentro desse contexto, a nossa atuação sempre teve uma dimensão nacional, pois grandes empresas possuem unidades espalhadas por diversos estados brasileiros. Desde a nossa fundação, em 2000, um dos maiores desafios que enfrentamos foi a abordagem em diversas linguagens, uma vez que os estados brasileiros possuem culturas muito diferentes. A festa de São João é muito importante para o Nordeste, mas o mesmo não acontece no sul do País. Da mesma forma, a literatura de cordel pode ser uma excelente estratégia para uma unidade no nordeste, mas pode não ser entendida ou assimilada nos estados do centro-oeste.

Hoje, no entanto, o desafio é ainda maior: empresas brasileiras passaram a fazer aquisições internacionais e estão tendo que aprender a falar a língua e a entender a cultura dos seus funcionários estrangeiros. Uma mudança que tem refletido diretamente no nosso atendimento enquanto agência de endomarketing. Afinal, não basta apenas traduzir, é preciso versar, ou seja, é preciso entender o que serve e o que não serve para uma determinada cultura.

A tradução de materiais para idiomas como inglês, espanhol, chinês, japonês, norueguês, mongol, francês e outros já tem sido uma constante no nosso dia-a-dia de agência que atende a clientes como Vale e Gerdau. Mas sabemos que precisamos ir além. Precisamos nos aprofundar na cultura de cada país sob pena de não utilizarmos a linguagem mais adequada para que os conceitos dessas empresas sejam disseminados entre os seus empregados estrangeiros. Um símbolo que representa comprometimento pode representar outro conceito completamente diferente num outro país.

A multiplicidade de destinos também é um grande desafio. Produzir aqui e enviar, tendo que enfrentar os problemas de logística e as variáveis incontroláveis das Aduanas ou produzir localmente, economizando o custo de logística, porém convivendo com as dificuldades de revisão e de aprovação à distância?

Para nós da HappyHouse Brasil, o endomarketing já deixou de ter uma dimensão apenas nacional há muito tempo. Hoje, o nosso desafio é fazer com que os materiais que planejamos e criamos sejam produzidos e cheguem em mais de vinte países diferentes não apenas dentro do prazo, mas com o conceito adequado à cultura local.



Fonte: Por Analisa de Medeiros Brum - sócia-Diretora da HappyHouse Brasil e autora de seis livros sobre Endomarketing, in www.mundodomarketing.com.br

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